Fábio Dias
24/12/2013
Garça 

Goleira supera morte da mãe e brilha como melhor do Mundial em título

Brasil e Sérvia fazem final do Campeonato Mundial de Handebol Feminino

Brasil e Sérvia fazem final do Campeonato Mundial de Handebol Feminino

Capitã Fabiana Diniz levanta troféu do Campeonato Mundial de Handebol após vitória por 22 a 20 sobre a Sérvia, em Belgrado

 

 

Os sorrisos e a festa da goleira Babi na comemoração do título mundial da seleção brasileira de handebol escondem um drama familiar e o momento mais triste da vida da atleta até hoje. Há pouco mais de três meses, ela perdeu a mãe, Rosecler, vítima de câncer.

A gaúcha, porém, contou com o apoio das companheiras e dos parentes para dar a volta por cima e brilhar no gol do Brasil durante toda a campanha do Mundial na Sérvia. Neste domingo, a conquista histórica ganhou um gosto especial para ela, que foi eleita pela Federação Internacional a melhor de sua posição. Prêmios que ela dedica para a mãe.

"Eu não tenho palavras para falar dessa perda. Mãe é sempre mãe na nossa vida, e mesmo não tendo mais ela presente, eu tenho ela em pensamento. Sei que ela está comigo em pensamento onde eu estiver. Se isso aconteceu, se fomos campeãs, ganhei prêmio, tenho certeza que ela esteve comigo de algum jeito", afirmou Babi, segurando a emoção, em entrevista ao UOL Esporte.

Na superação, Babi foi eleita a melhor jogadora em quadra em três das nove partidas da seleção na Sérvia. Fechou o gol e pegou bolas muito difíceis, especialmente no mata-mata, em partidas complicadas contra Hungria e Dinamarca. Na final, deu lugar à reserva Mayssa no segundo tempo, e inclusive divide os méritos com a companheira. 

"É sempre legal, é um reconhecimento a mais do meu trabalho. Mas eu fico muito mais feliz pelo ouro, é uma conquista do time inteiro. Fico mais feliz, é uma consequência do trabalho que fazemos. Eu devo esse prêmio à Mayssa (goleira reserva), somos uma equipe dentro da equipe, sei que posso confiar nela, e ela fez um excelente Mundial também", disse. 

No geral, Bárbara teve uma eficiência de 42% das bolas arremessadas contra o gol brasileiro - conseguiu salvar 81 bolas das 195 que foram em direção à sua meta. O crescimento da atleta é visível, principalmente depois que ela ficou fora dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. 

"Espero que esse título venha ajudar quem acredita no handebol, que tenha um reconhecimento que a gente merece, que todos possam sonhar  em viver de handebol um dia no Brasil. A gente dedica essa conquista ao povo brasileiro. Um título mundial é muita coisa para o handebol", completou a atleta, durante parte da comemoração da equipe em uma churrascaria na Sérvia.

Com a medalha de ouro e o troféu na bagagem, a delegação brasileira chega ao país na manhã desta terça-feira, no Aeroporto Internacional de Guarulhos. O técnico Morten Soubak e três atletas ficarão na Europa e não chegam com o restante do grupo. 

A conquista do título mundial aconteceu com uma vitória por 22 a 20 sobre as sérvias, dona da casa, que contaram com o apoio de 20 mil torcedores na Arena em Belgrado. O Brasil terminou a competição de forma invicta - foram nove vitórias, incluindo triunfos sobre potências como Hungria e a tricampeã olímpica Dinamarca.

DO BOL


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