Fábio Dias
15/01/2014
Garça 

Dicas para comprar um cachorro de raça

A criação e venda de pets com pedigree equivalem ao grau de linhagem e podem chegar a mais de um milhão de reais

Quanto você pagaria para ter um amigo de quatro patas? Tem gente que chega a desembolsar 1,5 milhão de reais. É o preço da raça Mastim Tibetano, considerada a mais cara do mundo e que, hoje, se tornou símbolo de status social na China. No Brasil, não há valores próximos a este, mas os preços dos bichinhos são suficientes para uma contribuição cada vez mais “gorda” ao Produto Interno Bruto do país. No ano passado, o mercado pet rendeu 0,32% ao PIB e faturou 14,2 bilhões de reais, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet).

Geralmente, os filhotes mais caros correspondem a raças oficialmente reconhecidas como puras, pelos clubes cinófilos, de difícil procriação ou que estão na moda. Segundo a Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC), em 2011, foram registrados 106.768 cães de raça. No ano passado, esse número saltou para 120.105, confirmando uma alta de 13% em um ano. Hoje, segundo dados da Federação Cinológica Internacional, existem dez grupos com cerca de 300 raças puras. Mas, afinal, como e onde surgem as raças? Para responder essas perguntas, primeiro temos que entender a origem dos cães e o início da domesticação.

Como não há nenhuma prova concreta sobre a ascendência dos peludos (até 2009 acreditava-se que o cão se originou na China, e pesquisas recentes apostam que ele veio do Oriente Médio), existem apenas suposições. No entanto, a única certeza é de que os cães descendem dos lobos. Mas, independentemente do local exato de seu berço, o fato é que eles foram sendo criados conforme as necessidades dos povos. Segundo o veterinário Mauro Anselmo Alves, membro do Conselho de Árbitro da CBKC, ao perceber que os cães poderiam ser úteis no trabalho de caça, guarda, carga e, inclusive, em combates, o ser humano iniciou um processo de cruzamentos para a criação de raças com as características desejadas a cada função. A prática foi se difundindo até se tornar um negócio promissor.
Como escolher

Antes de tudo, é preciso refletir muito bem sobre a ideia de ter um cão em casa, já que ele vive, em média, 12 anos e, como todo ser vivo, necessita de cuidados básicos, atenção e muito amor. Se você realmente está decidida a adquirir um filhote, para fazer a escolha certa, siga os conselhos do veterinário Marcelo Quinzani, autor de um dos livros que integram a coleção O Prazer (e os Cuidados) de Ter um Cão (Editora Nova Cultura).

Em canis e criadores

    Preste atenção no tamanho das baias, na limpeza do local e dos animais.
    Observe a apresentação dos funcionários, se eles conhecem bem os animais, como cuidam e manejam os filhotes.
    Peça toda a documentação dos pais e das ninhadas.
    Confira a idade da mãe, número de filhotes da ninhada, semelhança e homogeneidade entre eles.
    Note como a mãe age com os “bebês” e se eles parecem satisfeitos.

Em lojas de animais:

    Os filhotes expostos não devem ser muito jovens, tão pouco manuseados o tempo todo por vendedores e compradores.

    Ambientes muito movimentados e com luz forte podem estressar os animais, comprometendo sua saúde.
    Os filhotes devem estar separados em gaiolas individuais ou, no máximo, colocados junto com os irmãos.
    Além de verificar a saúde do peludo escolhido, examine os documentos, que devem constar data de nascimento, raça, sexo, pelagem, data de vermifugação e vacinação e a assinatura com o CRMV do veterinário responsável.

    Se houver pedigree, o documento precisa ter as características básicas do cão e discriminação de seus ascendentes até a terceira geração.

Maior de idade

Se não fizer questão de ter um filhote, a adoção de um cão adulto também pode ser vantajosa, tendo em vista a confirmação do porte, saúde e temperamento. “Existem muitas doenças que se manifestam mais em filhotes, principalmente as infecciosas. Além delas, as congênitas já estarão descartadas ou com diagnóstico definitivo, o que permitirá saber quais cuidados terão que ser tomados dali para frente”, explica o veterinário Ricardo Tubaldini, do portal Cachorro Gato.

Mas, assim como na compra de filhotes, é preciso estar realmente disposta a arcar com as responsabilidades de ter um cão, e tomar alguns cuidados antes e depois de levar o novo amiguinho para casa. Ricardo é quem dá as dicas:

Em feiras de adoção

    Verifique as condições gerais de saúde ou, caso o animal precise de cuidados especiais, se informe sobre como deverá ser o tratamento.
    Pergunte sobre o porte esperado, temperamento e necessidade de exercícios.
    Confira se ele já foi vermifugado e vacinado ou se está em processo de vacinação.

Nas ruas

    Além de tomar o máximo de cuidado durante a abordagem e na hora de colocá-lo no carro (se o animal estiver com medo ou com alguma dor, pode tentar atacar), encaminhe-o a um veterinário para verificar as condições de saúde.
    Feito o exame clínico (ou os complementares), leve-o para casa e o deixe isolado para uma observação de, no mínimo, sete dias, sem contato com outros animais. Essa medida serve para descartar alguma doença que poderá estar incubada e para ter certeza de que o cão está em condições de ser vacinado.
    Após o término da vacinação, providencie a esterilização, caso ele ainda não seja castrado.

 

Bolsademulher


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