Fábio Dias
15/01/2014
Garça 

Eleição traz riscos para economia brasileira, aponta Banco Mundial

O ano eleitoral no Brasil deve dificultar a implementação de medidas necessárias para o período

 O ano eleitoral no Brasil deve dificultar a implementação de medidas necessárias para o período de "aperto financeiro global", segundo relatório do Banco Mundial com a previsões para 2014 divulgado nesta terça-feira.

O estudo diz que o "desafio de implementar políticas necessárias de curto prazo para a estabilidade macroeconômica durante a transição a taxas globais mais altas de juros" será mais difícil em países com eleições à vista, como Brasil, Turquia, Índia, Africa do Sul e Tailândia.

As moedas desses países estão entre as que mais sofreram no ano passado, quando o Fed (BC dos EUA) indicou, a partir de maio, que diminuiria seus estímulos de US$ 85 bilhões –ação que foi tomada no fim de 2013, quando a compra de títulos foi reduzida a US$ 75 bilhões.

Entre maio e agosto de 2013, o real, por exemplo, chegou a se desvalorizar 16% e foi a moeda que mais perdeu em relação ao dólar.

A redução da política de estímulos do Fed agora obriga mudanças nas políticas econômicas dos países emergentes, diz o Banco Mundial.

"A recuperação dos países de maior renda é bem-vinda, mas traz alguns riscos. Se as taxas de juros [nos países ricos] subirem muito rapidamente, o fluxo de capitais para os países emergentes pode cair 50% ou mais por vários meses, potencialmente provocando crises nos países mais vulneráveis", escreveu Andrew Burns, principal autor do estudo.

O relatório diz que no Brasil, apesar do aumento da taxa de juros, os empréstimos liderados por "bancos estatais continuam fortes, ampliando as vulnerabilidades".

O texto cita diretamente o Brasil em trecho sobre "complacência política, que vai exigir ajustes maiores depois" e "um custo econômico maior devido ao maior escrutínio das condições domésticas pelos mercados financeiros".

Entre os emergentes, o menor fluxo de dólares criados pelo banco central americano pode aumentar os custos de financiamento e ameaçar investimentos e aumentar os custos do serviço da dívida nos emergentes.

Sobre o câmbio, sua utilidade como "primeira linha de defesa" foi limitada "pelo risco de que o aumento no custo das importações afetaria a inflação, em países como Brasil, Índia e Indonésia".

Avanço modesto

As previsões do Banco Mundial colocam o Brasil mais próximo do crescimento modesto do PIB dos países mais ricos, que saíram recentemente da recessão, do que dos países emergentes.

O Brasil deve crescer, segundo o estudo, 2,4% neste ano e 2,7% no ano que vem. Para 2013, estima alta de 2,2%, mais do que analistas consultados em relatório semanal do BC (2%).

Menos que os EUA, que devem crescer 2,8% e 2,9%, neste ano e no próximo. A boa notícia é que a China continuará com crescimento forte, de 7,7% neste ano e 7,5% em 2015.

 JCNET


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