Fábio Dias
23/01/2014
Garça 

Praias do Rio vão além do Leme ao Pontal e têm de nudistas a famosos

Locais desconhecidos oferecem mergulhos quase solitários em água limpa. Orla carioca tem opção para turistas, esportistas e para quem quer flertar.

 

As belezas da natureza carioca não ficam restritas ao mar entre o Leme e o Pontal, como exaltava Tim Maia. Na vasta coleção de praias além dos dois "picos", existem mais de 90 na cidade, segundo o Instituto Pereira Passos. Algumas, impróprias para o banho, afastam os mergulhos. Em outras, os frequentadores driblam as adversidades  e aproveitam a orla para praticar esportes ou apenas para admirar o mar e o verde. As menos célebres, por sua vez, escondem paisagens deslumbrantes e águas surpreendentemente límpidas.

Em um passeio pela cidade, o G1 listou alguns dos pontos mais conhecidos da orla — e dos mais desconhecidos também, ideais para serem explorados no feriado prolongado. Cada um com a peculiaridade da tribo que costuma frequentá-la. Entre o público, famosos, atletas de fim de semana, hippies e até naturistas.

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Calmaria (Reserva, Prainha e Grumari)
Espremidas entre o mar e o verde, Prainha, Grumari e Reserva, todas na Zona Oeste, são o refúgio dos veranistas que fogem das praias lotadas da Zona Sul. Como sugere o nome da Prainha, por conta do tamanho, não há espaço para todo mundo. Com poucas vagas para carros nas proximidades, é difícil ver a praia lotada — exceto em feriados ou finais de semana.

Banhistas aproveitam água gelada da Prainha, Zona Oeste do Rio (Foto: Gabriel Barreira/G1)Banhistas aproveitam água gelada da Prainha,
Zona Oeste do Rio (Foto: Gabriel Barreira/G1)

Além da beleza verde, tanto a mata nativa da Prainha e de Grumari quanto a reserva ecológica da Reserva ajudam a amenizar o calor que beira os 50ºC no verão carioca. "Na Prainha, por exemplo, o sol se põe mais cedo. Há muito menos concreto para fazer com que o calor aumente e aquela mata toda interfere também no clima", explica o autor do livro Praias Cariocas, Cláudio Novaes.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Durante a semana, não há restrição do uso de roupas na praia de Abricó . Nos finais de semana, há até segurança para não permitir a entrada de curiosos vestidos (Foto: Gabriel Barreira/G1)Durante a semana, não há restrição do uso de
roupas na praia de Abricó . Nos finais de semana,
há até segurança para não permitir a entrada de
curiosos vestidos (Foto: Gabriel Barreira/G1)

Nudismo (Abricó)
Durante o fim de semana , a praia tem seguranças logo na entrada. Mas é por um bom motivo: garantir que todos que pisem naquelas areias estejam nas mesmíssimas condições: nus. A praia naturista de Abricó, também na Zona Oeste, costuma colecionar dezenas de pessoas, principalmente casais e homens, nos finais de semana. “À vontade”, os frequentadores garantem que os mergulhos são muito mais agradáveis.

No sábado e no domingo, com a presença da Associação Naturista de Abricó, tudo fica ainda melhor. “Como não tem segurança no meio de semana, algumas pessoas aproveitam para fazer o que não deviam”, diz o empresário Gabriel, que visitou a praia na segunda semana de janeiro. Entre a Prainha e Grumari, Abricó sofre da mesma limitação de vagas para os motoristas.

Praia de São Conrado vista do alto, de parapente (José Raphael Berrêdo/G1) (Foto: José Raphael Berrêdo/G1)Praia de São Conrado vista do alto, de asa-delta
(Foto: José Raphael Berrêdo/G1)

Esporte (Aterro, São Conrado e Arpoador)
À beira-mar, o gramado da área de lazer do Aterro do Flamengo, Zona Sul, é o local perfeito para amortecer as eventuais quedas dos praticantes de slackline. Depois de se equilibrarem na fita elástica, os aventureiros quase nunca podem mergulhar na praia  imprópria para o banho. Resta a eles e aos frequentadores das areias, um banho em um dos chuveiros da praia.

Em São Conrado, Zona Sul, o problema é o mesmo, mas o esporte é outro: corajosos que saltam de asa-delta da Pedra da Gávea pousam nas areias. Outro local propício ao esporte é o Arpoador, onde cariocas de longa data pegam ondas. Mas, ali, na praia próxima à de Ipanema, os mergulhadores também não costumam ser bem-vindos.  Desta vez, não pela balneabilidade da água. São os próprios surfistas "da casa" que não vêem os forasteiros com bons olhos.

A fotógrafa Bruna Azeredo Basilio fez esta imagem da praia de Copacabana em um voo de helicóptero em 2012, com uma Nikon D5100 (Foto: Bruna Azeredo Basilio/VC no G1)A fotógrafa Bruna Azeredo Basilio fez esta imagem
da praia de Copacabana em um voo de helicóptero
(Foto: Bruna Azeredo Basilio/VC no G1)

Turismo (Copacabana)
Palco da maior festa de Réveillon do mundo, a Praia de Copacabana tem números superlativos também durante o dia. No verão, turistas lotam as praias à procura do que veem nos cartões-postais. Embalados pelas caipirinhas, às vezes, ignoram as condições controversas da água.

Alternativa (Leme)
A Praia de Copacabana prevalece nos cartões-postais espalhados pelo mundo e a praia vizinha, do Leme, fica relegada aos cariocas. Sorte deles, que podem aproveitar a extensa faixa de areia sem se espremer como nos pontos turísticos mais badalados do litoral. Nos finais de semana, no Costão do Leme, os banhistas esticam a tarde e aproveitam a noite em shows gratuitos que são oferecidos por artistas alternativos.

Na altura da Rua Farme de Amoedo, praia fica lotada até mesmo em dias de semana (Foto: Daniel Silveira/G1)Rua Farme de Amoedo, em Ipanema, é o ponto
LGBT das praias do Rio (Foto: Daniel Silveira/G1)

Gay (Farme de Amoedo, em Ipanema)
Na areia, as sungas são mais curtas e mais coloridas. No calçadão, por conta da proximidade com a estação de metrô General Osório, a movimentação de pessoas é intensa — mas muitos garantem que estão só de passagem.

Ponto de encontro LGBT da praia, as areias em frente à Rua Farme de Amoedo, em Ipanema, reúnem milhares de pessoas todos os dias, dos mais variados locais do mundo.

 

 

 

 

Cenário da Praia de Botafogo encanta pela beleza, mas água tem alto índice de poluição (Foto: Daniel Silveira / G1)Cenário da Praia de Botafogo encanta pela beleza,
mas água tem alto índice de poluição
Foto: Daniel Silveira / G1)

Só para olhar (Paquetá, Botafogo e Urca)
Até a chegada à Ilha de Paquetá, de barca, os passageiros mais sortudos podem observar golfinhos acompanhando a embarcação pela Baía de Guanabara.

Também às margens da Baía, a Praia de Botafogo oferece um dos visuais mais belos da cidade, com o Pão de Açúcar ao fundo — assim como a Urca. Entretanto, nenhuma delas permite os mergulhos. Com as águas quase sempre impróprias ao banho, os locais se limitam ao olhar dos curiosos e a aventura de turistas desavisados.

 

 

 

 

Praia do Pepê, na Barra, é ponto de encontro de famosos (Foto: Gabriel Rangel / Agnews)Praia do Pepê, na Barra, é ponto de encontro de
famosos (Foto: Gabriel Rangel / Agnews)

Ver [famosos] e ser visto (Praia do Pepê)
Nicole Bahls, Danielle Winits, Mayra Cardi e Andréa de Andrade, para eles. Jonatas Faro, Caio Blat e Caio Castro, para elas. Point de famosos, a Praia do Pepê, na Barra da Tijuca, é também o local preferido de quem aproveita o dia para flertar. Se a troca de olhares der certo, a poucos metros dali, o casal em potencial pode emendar a praia com um barzinho ou uma das casas de suco da Rua Olegário Maciel.

 

 

 

 

 

Manifestação se reuniu no Coqueirão, próximo ao Posto 9, em Ipanema (Foto: Cristiane Cardoso/G1)Marcha da Maconha foi convocada na altura do
Coqueirão (Foto: Cristiane Cardoso/G1)

Espairecer (Coqueirão, Ipanema)
Nem os frequentes assobios são capazes de perturbar a paz de quem escolhe o Posto Nove ou o Coqueirão, entre as ruas Joana Angélica e Maria Quitéria, na Praia de Ipanema. Ali, os banhistas fazem barulho para alertar desatentos da ronda policial, que procura a origem do cheiro de maresia. Os que defendem o uso medicinal da erva aproveitam o local como ponto de encontro para marcar protestos como a Marcha da Maconha. Mas é nos dias de sol a pino que o Coqueirão fica lotado. Costuma ser o lugar mais badalado do bairro.

Crianças (Baixo Bebê, Leblon)
Uma faixa de areia em frente à Rua General Venâncio Flores, no Leblon, é reservada aos pequenos. A área cercada por uma rede repleta de brinquedos imita um parquinho improvisado, onde crianças brincam na areia sob a supervisão de pais e mães. Mais perto da água, piscininhas infláveis dividem espaço com cadeiras e barracas. Exclusivas para os bebês, no entanto, elas também são aproveitadas por adultos que fogem das ondas.

Baixo Bebê, no Leblon, é o ponto de encontro da criançada (Foto: Daniel Silveira/G1)Baixo Bebê, no Leblon, é o ponto de encontro da criançada (Foto: Daniel Silveira/G1)

 

Fonte: G1


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