Fábio Dias
29/01/2014
Garça 

Primeiros salários: o que fazer?

A inexperiência no trato com o dinheiro, os impulsos consumistas e a facilidade em obter crédito fazem

   A inexperiência no trato com o dinheiro, os impulsos consumistas e a facilidade em obter crédito fazem com que seja crescente o número de jovens brasileiros endividados. Combater essa situação, organizando as finanças, é bastante complicado. Para isso, os jovens devem saber o que fazer com os primeiros salários e bolsas-auxílios.

“Ganhei o primeiro salário do meu primeiro emprego! Vou comprar um monte de coisa e fazer uma balada muito legal!”. Esse é o pensamento da maioria dos jovens logo que recebem, pela primeira vez, seu salário. Contudo, apesar dessa ideia parecer muito boa, ela pode ser um grande erro, pois é fundamental que o jovem saiba o real valor do dinheiro que recebe, para que atinja seus sonhos.

Sempre pergunto aos jovens: porque vivem em um padrão de vida acima do que podem? Porque o dinheiro não dá para chegar ao fim do mês? Será que o salário é insuficiente, suficiente ou já permite poupar? Você está na situação de endividado, equilibrado financeiramente ou já é investidor?

As respostas, normalmente, refletem uma situação de endividamento. Um dos motivos é que os jovens querem viver intensamente o hoje, esquecendo que o futuro pode reservar adversidades. É importante viver o hoje, mas isso não impede que, diante dos primeiros salários, os jovens comecem, de imediato, a planejar e construir o futuro, com muita segurança e a certeza de uma vida melhor, com qualidade de vida, aposentadoria tranquila e independência financeira.

Para isso, é preciso que, desde já, o jovem sonhe com as realizações; saber quanto custa e quando quer que ele seja conquistado. Com a metodologia DSOP de Educação Financeira, isso é plenamente possível, aprendendo a poupar para atingir esse objetivo.

Quando falamos no primeiro emprego, observo que, há muito tempo, o mercado de trabalho está se tornando muito competitivo, e não só com outros jovens concorrendo, com profissionais muito preparados, que passaram, até mesmo, a concorrer diretamente com os jovens que estão no mercado de trabalho.

Assim, cada vez mais é importante que, paralelamente ao trabalho, jovens busquem a oportunidade de ingressar em uma instituição que as capacite para o mercado de trabalho, ampliando cada vez mais essa possibilidade de informações.

Um dos pontos que sempre procuro levar aos jovens, de modo geral, é que independente da atividade que ele irá praticar ou exercer, ele não pode deixar de lado a educação financeira. Tenho observado que, junto com os primeiros salários, os jovens também começam a contrair as primeiras dívidas. Isso é fácil de entender, pois eles têm dinheiro e estão expostos ao marketing publicitário e o credito fácil; ambos fazem verdadeiros estragos na vida financeira de nossos jovens. O marketing faz com que se deseje algo que nem mesmo tinha planejado e o crédito fácil faz com compre algo que não sonha com o dinheiro que não tem e, daí, o endividamento se inicia e o jovem – pela falta de educação financeira – acaba se acostumando em viver uma vida totalmente desregrada.

 

O caminho para mudar essa situação é o que chamo de Metodologia DSOP de Educação Financeira, que se baseia em quatro pilares: Diagnosticar, Sonhar, Orçar e Poupar.

 

 O primeiro pilar é “diagnosticar” a vida financeira, isto é, fazer uma “fotografia” da situação financeira, saber o ganho líquido, o que gasta, o que tem de dívida ou quanto tem de dinheiro guardado. Deverá também saber para onde está indo cada centavo do dinheiro gasto: cafezinho, lanches, baladas, pizzas, cinemas, até mesmo a gorjeta. No fim do mês, deverá ser totalizado e analisado. Certamente, a surpresa será muito grande, pois as pessoas não sabem onde gastam, principalmente quando se trata de pequenos valores. São esses pequenos hábitos e costumes que, muitas vezes, representam despesas desnecessárias e supérfluas. O diagnóstico financeiro deve ser feito frequentemente.

O segundo pilar é o “sonhar”, que significa estabelecer objetivos que quer realizar. Quando estabelecemos sonhos, temos que saber o quanto custa e em quanto tempo queremos realizá-lo. Exemplo: quero uma televisão de plasma que custa R$ 2.000,00 e não tenho o dinheiro para comprar à vista. A orientação é que se guarde parte do dinheiro para realizar esse sonho; se puder guardar R$ 200,00 por mês, esse sonho será realizado em 10 meses. É importante ainda ressaltar que temos sonhos de curto (até um ano), médio (de um ano até dez anos) e longo prazos (acima de 10 anos). Esse pilar é essencial para que a pessoa não desanime e foque seus objetivos.

 “Orçar” é o terceiro pilar, que consiste em registrar os números apurados no orçamento e no apontamento de despesas durante os meses. O orçamento servirá para uma visão plena da situação financeira, o quanto ganho, os gastos totalizados e o quanto estou reservando de dinheiro para os sonhos. A diferença neste orçamento é que, primeiro, vem o ganho, desse tiramos o valor do sonho, para, depois, dedicar o valor restante às outras despesas. Em um orçamento financeiro normal, a forma utilizada é: o ganho menos os gastos e o saldo poderá ser lucro ou prejuízo, o que não garante que mesmo tendo lucro realizará seus sonhos.

Por fim, temos o pilar “poupar”, ou seja, guardar dinheiro. Poupar engloba todos os tipos de investimentos: caderneta de poupança, título do governo, CDB, ações, entre outros. Esse pilar é que garante a realização dos sonhos. O tipo de investimento que o jovem irá fazer dependerá do prazo de seus objetivos. Assim, não adianta investir em ação se precisa de dinheiro de curto prazo. Para obter informações sobre o melhor tipo de investimento para sua situação, é sempre interessante buscar um especialista.

Estamos em um país em pleno desenvolvimento e temos que quebrar o ciclo de gerações endividadas e construir uma nova geração de pessoas educadas financeiramente. O primeiro passo é sempre o mais importante, mas temos que pensar e caminhar passo a passo, porque os valores que serão guardados para alcançarmos a saúde financeira são pequenos, mas, se somados, gerarão a tão e importante independência financeira.

Reinaldo Domingos, educador financeiro, presidente da DSOP Educação Financeira e da Abefin. Por: Jornalistas: Paulo Fabrício Ucelli e Jéssika Lopes - DSOP Educação Financeira -  Assessoria de Imprensa

 


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