Fábio Dias
08/08/2016
Garça 

Garça registra queda na importação e na exportação nos primeiros seis meses

Balança comercial da cidade fechou semestre com superávit de US$ 4.245.841, apesar das quedas na importação e exportação

O assunto “crise econômica”, embora pareça ter caído na banalidade, a cada dia mostra uma de suas facetas. A recuperação vem sendo anunciada e, mais que isso, esperada, mas enquanto isso não acontece, os números traduzem o que os economistas falam. Nos primeiros seis meses deste ano a balança comercial garcense registrou uma queda nas importações e nas exportações. Enquanto estas tiveram uma queda de 3,11% no acumulado de janeiro a junho com igual período de 2015, as importações caíram 69,17% e isso permitiu que a balança comercial de Garça registrasse no primeiro semestre um superávit de US$ 4.245.841. Um aumento de 263,61% frente o período de janeiro a junho de 2015, quando o saldo (também positivo) foi de US$ 1.167.683. Os dados são do MDIC (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços).

Nos primeiros seis meses deste ano, todos os períodos apresentaram um superávit, mas nos meses de março e junho tanto as exportações quanto as importações registraram queda. Foram os dois períodos mais críticos para o empresariado garcense. O mês de maio foi o que apresentou melhor desemprenho,

As vendas feitas pelas empresas da cidade para outros países fecharam o semestre em US$ 5.698.578, sendo US$ 210.245 em produtos básicos e US$ 5.488.333 em manufaturados. Nos seis primeiros meses de 2015, a receita foi de US$ 5.881.126. Se considerados apenas os resultados de junho em relação a maio, a queda nas exportações foi de 24,55% passando de US$ 1.500.990 para US$ 1.132.472. Já na comparação com junho do ano passado, o que se registrou em junho último foi um aumento de 34,41% nas exportações já que no primeiro período totalizaram US$ 842.548 em exportações.

Já as importações que recuaram 69,17% no semestre – na comparação com os seis primeiros meses de 2015 -, passaram de US$ 4.713.443 para US$ 1.452.737. Em junho, o valor gasto pelas empresas da Sentinela do Planalto com compras de materiais do exterior foi de US$ 187.424 – 26,24% a menos do que maio último e 75,25% menor que no mesmo período do ano passado (US$ 757.293).

De acordo com economistas, não se pode deixar de considerar positivo o fato de a balança comercial de Garça ter fechado a primeira metade do ano com superávit, mas ainda é preciso cautela.

A entrada de dólares, para o país, é sempre positiva, porém, o ideal seria se os dois indicadores tivessem alta, mas que as exportações crescessem mais do que as importações. Não foi o que ocorreu em Garça.

De acordo com o gerente da Associação Comercial e Industrial de Garça (ACIG) Fábio Dias, a diminuição no volume de compras de produtos vindos do exterior está ligada à retração no mercado brasileiro.

“Uma coisa acaba sempre levando à outra. A retração no mercado brasileiro acaba resultando numa crise interna. É o que chamamos de efeito cascata. As empresas registram queda de demanda e, consequentemente, fazem ajustes na produção, de modo que passem a necessitar menos matérias-primas e insumos importados. São os mecanismos utilizados para driblar a crise e, ao mesmo tempo, mostram que ela está aí”, disse Dias.

No caso das exportações, Dias comentou que a queda de 3,10% registrada no semestre, na comparação com o mesmo período do ano passado, pode ser considerada normal. “Uma oscilação normal”, falou ele.

Dias comentou que, além de ser uma oscilação normal, a queda nas exportações também resulta de ajustes de mão de obra feitos pelas indústrias.

“Como eu disse, a retração interna mexe em toda a estrutura das organizações, incluindo o gerenciamento de pessoal. Essas decisões acabam prejudicando o desempenho no mercado externo”, falou ele.

De acordo com o gerente, o mercado internacional também atravessa momentos de turbulência, o que reduz as transações entre os países. Além das dificuldades pelas quais passam as nações sul-americanas, ele destaca que as economias europeias e asiáticas também têm enfrentado instabilidade.

A taxa de câmbio também tem sido fator que diminui a competitividade do produto brasileiro no exterior. Em janeiro, a média do dólar comercial foi de R$ 4,05, caindo para R$ 3,41 em junho – desvalorização de 15,8%.

Entre os principais parceiros de Garça, Argentina, México, Estados Unidos, Costa Rica e Honduras elevaram o volume de compras de materiais fornecidos pelas empresas locais no semestre. As exportações para os países da Associação Latino Americana de Integração (ALADI) tiveram aumento e respondem por 92,03% de todo volume exportado.

 

IMPORTAÇÕES

Já as importações totalizaram US$ 1.452.737 em produtos manufaturados, com recuo de 69,17% no semestre (US$ 4.713.443). Em junho, o valor gasto pelas empresas da região com compras de materiais do exterior foi de US$ 187.424 – 26,24% a menos que maio último e 75,20% a menos que junho de 2015 (US$ 757.293).

No primeiro semestre deste ano, a China respondeu por 54,94% da importações realizadas, no entanto o montante ficou menor que o registrado no mesmo período de 2015. Foram US$ 3.769.348 contra US$ 798.079. A Alemanha, que no período de janeiro a junho de 2015, respondeu por 5,49% das importações feitas por empresas garcenses, neste ano respondeu por 34,66%. Os países da Ásia (exclusive Oriente Médio) e a União Europeia foram os principais blocos econômicos no quesito importação feita por empresas da cidade.

 


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