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04/10/2017
Garça 

CANCIONEIRO GARCENSE: UM PREITO DE AMOR ETERNO

"Salve, Cidade do Café, gloriosa! Terra do Amor cantada em verso e prosa. Glória ao Garcense heroico e varonil! Ama São Paulo, - a glória do Brasil..." (Marcondes César)

“Salve, Cidade do Café, gloriosa!

Terra do Amor cantada em verso e prosa.

Glória ao Garcense heroico e varonil!

Ama São Paulo, - a glória do Brasil...”

 

(Marcondes César)

 

            Completei finalmente a organização do segundo volume do CANCIONEIRO GARCENSE, última parte de meu Projeto Poético envolvendo o ROMANCEIRO DE GARÇA, já na sua 3ª edição (2015), e o CANCIONEIRO GARCENSE (2017).

            O ROMANCEIRO DE GARÇA é composto de poemas de minha exclusiva autoria, relativos todos à história, a pessoas e modelos, lugares, poetas,  escritores e artistas, às Cerejeiras, e a pioneiros desta nobre, gentil e acolhedora cidade.

            O CANCIONEIRO GARCENSE, por sua vez, reúne criações poéticas de escritores locais ao longo dos últimos 88 anos de emancipação político-administrativa. Tal obra conta com dois volumes. O primeiro com poemas de autores do século XXI, e o segundo de escritores do século XX.

            O primeiro volume do CANCIONEIRO GARCENSE tem a participação de poetas do século XXI, a começar de 2005, com a criação da Associação de Poetas e Escritores de Garça (APEG), e de poetas outros que não da APEG, em sua maioria ainda vivos e atuantes. O livro está à disposição na Biblioteca.

            Já o segundo volume recém-terminado inclui poetas do século XX, a maioria falecidos, divididos em duas partes: de 1980 a 2004 (quase 25 anos), e de 1929 a 1979, portanto, dos primeiros cinquenta anos de existência do município. O livro será sorteado no XVIII Encontro Poético de outubro de 2017.

            Como se pode observar, os dois volumes do CANCIONEIRO GARCENSE foram organizados de maneira inversa ao da História: o primeiro começa na atualidade (2005 até a presente data); o segundo abrange poetas de 1980 a 2004 (primeira parte) e de 1929 a 1979 (segunda parte).

            A inversão da ordem (do presente para o passado) deveu-se à maior facilidade de se organizar poemas de escritores vivos, principalmente da APEG, sob cujo selo se edita o CANCIONEIRO GARCENSE, do que organizar poemas de jornais nos primeiros quartos de século da cidade.

            Essa inversão se deveu também à minha própria  desorganização pessoal

que desde 2006 comecei a pesquisar, nos cartapácios dos arquivos de jornais antigos, as obras de escritores garcenses da primeira parte do século XX. Ressalte-se ainda não ter eu tido na época clareza do objetivo final (só poetas).

Ofereço, porém, ao leitor benévolo, com muita alegria, o fruto de meu esforço e do paciente levantamento, que é o CANCIONEIRO GARCENSE, colocando assim à disposição da cidadania do presente e da posteridade os sentimentos e emoções  de cidadãos sensíveis vivendo por aqui antes de nós.

De uma coisa estou certo: nunca numa Biblioteca pública se dispôs de uma obra desse gênero nesta cidade. É algo inédito, embora venha a interessar mais os amantes da Poesia. Em verdade deveria interessar a todos os verdadeiros cidadãos e por uma razão muito simples.

É que, através da Poesia de determinado tempo pode-se também conhecer os sentimentos, os costumes, a política, a fé, os esportes, enfim a cultura de determinada cidade. Percebi isso de modo especial ao preparar o segundo volume do CANCIONEIRO GARCENSE.

Foi de fato no segundo volume (editado em outubro de 2017) que coloquei os poemas garimpados nos jornais, particularmente o Comarca de Garça e o Correio de Garça. Folhear jornais antigos assemelha-se à travessia do deserto com suas areias por entre as quais deparo com preciosos oásis de Poesia.

Não me interessavam, caro leitor, os abundantes poemas de amor, de saudade, de morte, achados no meio do caminho. Buscava apenas poemas relativos a Garça. Poemas a tratar da vida, da cultura, da natureza, do humor, do esporte da cidade de Garça, a nós deixados pelo passado.

Como se a distância e os costumes simples do século passado, máxime dos primeiros cinquenta anos, de moradores da provinciana cidade em crescimento constituíssem um preito de amor eterno, oferecido pelos que nos precederam, por acreditarem na pujante cidade produtora de café.

Ao lado dos poetas descobri também nos jornais antigos alguns excelentes cronistas a discutir e superar as dificuldades do momento, mostrando-nos a garra dos pioneiros, a vida simples da comunidade de outrora em vista da construção da cidadania plena para todos.

E foi nessa travessia dos jornais antigos que descobri o que talvez seja o maior poeta garcense de todos os tempos, sua obra desconhecida infelizmente ainda hoje no século XXI – o médico e farmacêutico Dr. Marcondes César, talvez o maior colaborador poeta dos jornais de Garça de 1945 a 1975.

Mesmo de Marcondes César só recolhi algumas flores, as que rescendiam a Garça, porque os jornais locais, por trinta anos, eram perfumados por seu excessivo lirismo, a merecer um estudo mais pormenorizado desse gênio, ainda hoje um mistério para todos nós.

Se Deus me der vida, gostaria futuramente de estudar melhor a personalidade de Marcondes César através de uma análise mais acurada de seus versos como um todo e tentar desvendar, se possível o mistério desse gênio de nossas letras garcenses.

Concluo, portanto, leitora gentil, com a publicação do segundo volume do CANCIONEIRO GARCENSE, o meu Projeto Poético, que me permitiu concretizar na velhice uma vocação antiga, dos tempos da adolescência, de oferecer a você ao lado dos meus, os versos de outros poetas de Garça.

E gostaria de acreditar que tanto os meus versos do ROMANCEIRO DE GARÇA, quanto os poemas elheios do CANCIONEIRO GARCENSE estimulassem no espírito dos cidadãos leitores o que o dístico do Brasão de Garça nos pede: pela cidade fazer o melhor. Boa leitura dessas obras.

 

LETTERIO SANTORO – 03.10.2017

Membro da APEG

 

 

 


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