Lucas Dias
04/05/2018
Garça Variedades ACIG 

Banco Central nega que cédulas carimbadas percam valor

O banco desmentiu informações falsas que circulam nas redes sociais

O Banco Central esclareceu que as cédulas carimbadas com a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os dizeres "Lula livre" não perdem o valor, mas alertou que deverão ser repostas, o que implicará custo para o país. 

Nas redes sociais e pelo WhatsApp, circularam diversas imagens de cédulas sendo carimbadas com a mensagem de apoio ao ex-presidente. Alguns vídeos mostram cédulas com mensagens escritas a mão.

Houve comerciantes que se recusaram a receber as notas carimbadas e fixaram avisos perto do caixa. 

Mensagens com conteúdo falso foram amplamente divulgadas nas redes sociais. "Banco Central acaba de divulgar que a rede bancária está proibida de receber notas com carimbo 'Lula Livre'. Se receberem tais notas, os bancos deverão chamar a polícia. O portador estará sujeito ao Artigo 163 do CP [Código Penal]", dizia uma dessas mensagens, desmentidas pela instituição.

Em nota, o Banco Central (BC) esclareceu que, ao contrário do que foi divulgado, as notas não perdem o valor. "Cédulas com rabiscos, símbolos ou quaisquer marcas estranhas continuam com valor e podem ser trocadas ou depositadas na rede bancária. As notas descaracterizadas apresentadas na rede bancária serão recolhidas ao Banco Central para destruição", diz o texto. A nota do BC informa ainda que o comércio não é obrigado a aceitar as notas, mas os bancos são. 

O BC informa que as notas danificadas podem continuar circulando, porém lembra que a fabricação de novas cédulas e moedas gera custos para o país e que "sua reposição elevará ainda mais esse custo".

 

 

Acig orienta sobre o recebimento de cédulas


Diante das notícias veiculadas e da apreensão entre os comerciantes, o gerente da Associação Comercial e Industrial de Garça (Acig), Fábio Dias, orienta os comerciantes associados a trocarem qualquer dinheiro recebido, seja ele duvidoso ou estragado, somente nas agências bancárias.

“O próprio Banco Central divulgou nota colocando que o comércio não é obrigado a trocar. O que orientamos, para que não haja tantas dúvidas e perdas, é que as trocas sejam feitas nas agências bancárias, pois o valor é o mesmo, desde que seja verdadeiro. A troca se justifica em razão do estado inadequado de uso”, falou Dias.

No entanto aceitar ou não o dinheiro direto do consumidor é uma decisão que compete exclusivamente ao comerciante, visto que vários fatores acabam entrando no meio.  

Já o presidente João Francisco Galhardo, que também é empresário do comércio garcense, lembrou a observação feita pelo Banco Central de que notas consideradas “inadequadas à circulação” podem ou não ter valor, dependendo do caso e tamanho do estrago.

“O correto são as trocas direto nas agências bancárias. O comerciante pode depositar esse dinheiro carimbado/inadequado e o mesmo será trocado pelo Banco Central”, falou Galhardo.

Lembrando a divulgação do Banco Central, Galhardo disse que devem ser retiradas de circulação as cédulas manchadas, sujas, desfiguradas, gastas ou fragmentadas; com marcas, rabiscos, símbolos, desenhos ou quaisquer caracteres a elas estranhos; com cortes ou rasgos em suas bordas ou interior, queimadas ou danificadas por ação de líquidos, agentes químicos ou explosivos.
“O que queremos é evitar que haja pânico, uma vez que, como eu disse, se o comerciante quiser receber e repassar tais notas não haverá problemas. Se ele tiver dúvidas e pensar em inutilizá-las, basta depositar na rede bancária que isso será feito naturalmente pelo Banco Central”, falou Dias, lembrando ainda a opção de troca.

Dias e Galhardo desmentiram enfaticamente os boatos de que o dinheiro perderia o valor, ou de que seria propaganda política e haver um enquadramento jurídico neste sentido, a aquele que estivesse com o dinheiro carimbado.

“Mas pessoas físicas e jurídicas podem recursar-se a receber as notas danificadas”, acrescentou. Nestes casos o dono do dinheiro é quem deverá procurar uma agência bancária para o depósito ou troca”, reforçou o presidente da associação comercial que lamenta o transtorno causado.


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