Lucas Dias
03/05/2018
Garça 

Garça já iniciou a campanha de vacinação contra a febre aftosa neste mês

Todos os animais devem ser vacinados durante o mês de maio

Teve início no último dia 1.º de maio a primeira etapa da vacinação contra febre aftosa no Estado de São Paulo e, durante o mês, cerca de 11 milhões de bovídeos (bovinos e bubalinos) de todas as idades deverão ser vacinados em todo o Estado. A etapa deste mês da campanha anual foi lançada oficialmente nesta terça-feira (1º), no Centro de Pesquisa de Bovinos de Corte do Instituto de Zootecnia (IZ), em Sertãozinho, pelo secretário de Agricultura e Abastecimento paulista, Francisco Jardim.

A campanha vai até o dia 31 de maio e, considerando os números de 2017, cerca de 42 mil cabeças devem ser imunizadas em Garça. Na inspetoria devem ser vacinadas entre 140 e 150 mil cabeças e na regional de Marília são 420 mil animais. Depois de vacinado, é importante lembrar que o produtor deve declarar todo o rebanho. O procedimento é obrigatório e pode ser feito no EDA ou pelos próprios pecuaristas através do sistema GEDAVE.

Com relação à vacina, que já está sendo comercializada, o procedimento continua igual aos anos anteriores, tendo a preocupação de adquirir em loja credenciada e proceder de imediato a vacinação do animal, tão logo chegue nas propriedades.

São, como já disse o médico veterinário Danilo João Pozzer, chefe da Inspetoria de Defesa Agropecuária em Garça (EDA), locais que têm autorização para comercializar a vacina, sendo fiscalizados e tendo garantia no controle da temperatura e no manejo da vacina.

A pessoa adquire a vacina e leva para sua propriedade. A recomendação é que seja aplicada no mesmo dia, evitando armazenamento e problemas com refrigeração, uma vez que o refrigerador doméstico não é recomendado. Depois de sete ou 15 dias de vacinado e declarado, o rebanho estará livre para comercialização. A não vacinação e a não declaração acarretam multa para o pecuarista que, depois de autuado, ainda tem que imunizar o rebanho.

Vale lembrar que até o ano passado, na primeira etapa da vacinação eram imunizados animais até 24 meses e, na segunda etapa, realizada em novembro, era imunizado todo o rebanho.

Neste ano, o território paulista adota uma nova estratégia de imunização contra a doença, para uniformizar o sistema com o calendário dos demais Estados da Federação, com vistas à retirada da vacinação em 2021.

“Estamos com um nível bom de controle da aftosa, com uma taxa de vacinação superior a 98% do rebanho paulista, mas é preciso estarmos sempre atentos, especialmente os produtores”, afirma Francisco Jardim, ao destacar que não vacinar os animais pode acarretar em multas e na interdição da propriedade.

O ajuste foi realizado a partir de solicitação da Secretaria paulista ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), considerando o pleito do setor produtivo. É proibida a vacinação de outras espécies animais.

De acordo com o coordenador de Defesa Agropecuária (CDA), Fernando Gomes Buchala, muitos Estados já adotavam a inversão do calendário, fazendo com que fosse necessário um acompanhamento maior dos animais que chegavam à São Paulo, que exigia um cronograma diferente de imunização. “Nosso sistema de Gestão de Defesa Animal e Vegetal já está preparado, os revendedores estão abastecidos com os estoques de vacina para todo o rebanho”, explica o veterinário. Ele detalha que a inversão no calendário corrige uma interferência no manejo do rebanho reprodutivo.


Grupo

A retirada da vacinação contra a febre aftosa está prevista no Plano Estratégico 2017-2026 do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa, do Mapa. Para São Paulo, que pertence ao grupo IV, juntamente com os Estados da Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Sergipe e Tocantins, a previsão é em 2021.

Para o coordenador da Defesa Agropecuária, o processo é um enorme desafio para o Estado, coração da pecuária brasileira. “Apesar de concentrar apenas 5% do rebanho total, São Paulo concentra 30% da exportação nacional. Por ser um centro logístico da pecuária, São Paulo será um dos últimos a ter a retirada da vacinação, para garantir um nível de segurança”, diz Buchala.

O processo envolverá o empenho das equipes das Coordenadorias de Defesa Agropecuária e de Assistência Técnica Integral (Cati) paulistas, para criar uma cultura de educação sanitária junto ao setor produtivo. “A conscientização do criador é parte importante nesse processo de adaptação do calendário, evitando problema no trânsito dos animais e de status vacinal entre os Estados, com uma barreira imunológica para a retirada da vacinação”, finaliza o secretário Francisco Jardim.


Eficiência

A primeira providência é adquirir as vacinas em estabelecimentos cadastrados junto à Coordenadoria de Defesa Agropecuária. Isso porque todo o estoque de vacina disponível no Estado para comércio durante a etapa da campanha é cadastrado pela revenda em sistema informatizado.

No momento da compra, o volume adquirido pelo criador é transferido, por meio do sistema, para o estoque da propriedade, o que facilita a declaração da vacinação pelo criador. A legislação proíbe o uso de vacinas adquiridas em etapas de vacinações anteriores.

O criador deve se organizar para fazer a vacinação dentro do prazo estabelecido pela legislação, ou seja, entre 1º e 31 de maio, e tem até o dia 7 de junho para comunicar a vacinação ao órgão oficial de Defesa Agropecuária diretamente no sistema informatizado.

É preciso declarar todos os animais de outras espécies existentes na propriedade, tais como equídeos (equinos, asininos e muares), suídeos (suínos, javalis e javaporco), ovinos, caprinos e aves (granjas de aves domésticas, criatórios de avestruzes).

A vacinação é obrigatória. Deixar de vacinar e de comunicar a ação sujeita o criador a multas de 5 Ufesps (128,50 reais) por cabeça por deixar de vacinar, e 3 Ufesps (77,10 reais) por cabeça por deixar de comunicar. O valor de cada Ufesp – Unidade Fiscal do Estado de São Paulo é 25,70 reais.

O escritório de Defesa Agropecuária de Garça está localizado junto à Casa da Agricultura, à Rua Sargento Wilson nº 583; o telefone para mais informações é o 3471-0133.


Comentários

Nota Importante: O Portal Garça Online abre espaço para comentários em suas matérias, mas estes comentários são de inteira responsabilidade de quem os emite, e não expressam sob nenhuma circunstância a posição/opinião oficial do Portal ou qualquer de seus responsáveis em relação aos respectivos temas abordados.