Lucas Dias
01/06/2018
Garça 

Três Tenores e Um piano: apresentação trouxe magia para a Sala Miguel Mônico

O dia 24 de maio ficou marcado em Garça, quando o assunto é cultura,  magia e graça.


O dia 24 de maio ficou marcado em Garça, quando o assunto é cultura,  magia e graça. Os garcenses foram convidados a viajar por uma Itália dos idos de 1800 (acho que por uma Itália marcada eternamente pela música). Uma Itália específica marcada de Puccini, de Giambattista, de Verni, de Pepino Turco e até de Leon Cavallo, cujo brilho da composição se ofuscou diante da do amigo.

Os garcenses, sentados nas poltronas da Sala Miguel Mônico, viajaram levados pelo som da ópera e pela magia das histórias. O teatro garcense recebeu, através do Circuito Cultural Paulista, a ópera “Três Tenores e Um Piano”. A casa estava cheia e vieram visitantes de várias cidades da região, principalmente de Marilia.

Em meio ao público rostos já conhecidos como Lettério Santoro, Eliane Mina, o prefeito João Carlos dos Santos e a esposa Cláudia Furlaneto. Entre os muitos que debutaram no local, bom ver a presença de Frei Zilmar (ofm), o casal Marcos Eid e Marize Takiute, Gezuel Caetano e a esposa Rosemeire.

Mulheres elegantes e jovens de bermuda. Todos num espaço democrático na expectativa de uma boa apresentação.

No palco, o diretor da APAA – Associação Paulista Dos Amigos Da Arte – Paulo Abrão Esper, agradeceu a presença de todos, elogiou o complexo EMCA e se disse maravilhado com ‘nosso’ teatro (sim ele é nosso e gosto de assim dizer) e reafirmou que teríamos uma noite tipicamente italiana.

Logo foi fácil perceber que ele seria o condutor da mágica viagem. Sem cantar, Esper foi um tenor a parte e, com maestria, trouxe a história de cada canção. Elas serviam de direção para que o público passeasse pela árias e alcançasse os mais altos sons. Assim, com a sala cheia, com rostos debutantes, ávidos pelo que viria, e também diante de uma plateia já acostumada a magia da arte, Fernando Pallaza trouxe ‘Elixir do Amor’. A ópera cuja história não termina em morte. Era a vida e o amor adentrando aos ouvidos e moldando sentimentos.

Esper também falou sobre o libretista. O som estridente de um celular (por mais de uma vez) quase quebrou o encanto e trouxe riso para a Sala Miguel Mônico, mas Felipe Vidal de Menezes não se abalou (mais tarde confessou já estar acostumado a esses imprevistos (previstos)). O som do telefone, por mais estridente que tenha sido, não lhe bloqueou os sentimentos que emanaram em cada canção.

O sentimento é universal e compreendido em todas as línguas. Felipe Vidal levou o público a viver cada história com uma emoção que lhe escapava na voz, nos gestos, no olhar.

E, numa noite dedicada à Giacomo Antônio Domenico Michele Secondo Maria Puccini ou simplesmente Giacomo Puccini, muitas árias do compositor passaram pela Sala Miguel Mônico.

‘Tosca’ de Puccini chegou na voz de Richard Bauer, que com timbre forte conquistou o público. E assim brilharam as estrelas. Um Intermezzo. Tudo foi deliciosamente acontecendo.

Fernando Javier cantou com as mãos e no piano também trouxe emoção, e fez com que o público continuasse o passeio napolitano. Da segunda ópera mais encenada no mundo, La Boheme, Fernando Palazza trouxe “Que mãozinha gelada”. Esper trouxe a peculiaridade da história.

Assim, no dia 24 de maio de 2018, três tenores juntamente com um pianista e um orador (será que assim posso dizer de Esper?) permitiram a magia da noite na Sala Miguel Mônico.

Não faltaram trechos da ópera de Madama Butterfly. O público também ouviu Nessun Dorma ("Ninguém durma",) uma ária da ópera Turandot, última criação de Puccini.

O amor cantado em ópera. O desamor transformado em canto. Todos souberam do amor da princesa chinesa Turandot por Calaf. Amor. Paixão. Morte. Música.

As emoções se sobressaiam e foram constantes. Os presentes desfrutaram do prelúdio da ópera La Traviata   - a mais vista no mundo -.

E ainda sem se refazer da magia, os presentes, inebriados, cantarolaram juntos com os tenores.

‘Entraram em cena’ canções clássicas napolitanas, italianas, como Torna Surriento, Sole Mio, Santa Lucia, Funiculì Funiculà. Todos se interagiram e cantaram o refrão das canções. Ouve quem, como Frei Zilmar e Letterio, ousasse cantar mais que os refrãos.

Santa Lucia (pronunciada num bom português ‘Santa Luzia’ abriu a sessão das canções napolitanas que empolgaram o público. O refrão entoou pela Sala Miguel Mônico. Escrita por Teodoro Cottrau (1850) a música conquista e empolga. Ela abriu passagem para Funiculì, Funiculà do jornalista, poeta e cantautor italiano Giuseppe 'Peppino' Turco.

Não podemos dizer que ela celebrou a abertura do bonde da alegria, mas certamente celebrou sua trajetória. Tenores. Sopranos. Cantadores. Brasileiros. Italianos. Garcenses. Afinados? Talvez. Mas todos não se furtaram em acompanhar Richard Bauer, Fernando Pallaza. Felipe Vidal e Fernando Sanchez.

Alguém do público partilhou da história do Surriento quando Esper apresentou Torna a Surriento, a canção napolitana composta Ernesto de Curtis e Giambattista de Curtis em 1902.

Que alegria cantar (enrolar a língua) para tentar acompanhar Solo Mio, a mais famosa canção italiana composta em 1898.

Assim, mesmo depois do bis e do “mais um”, o espetáculo chegou ao final. Foi a hora das fotos, dos abraços e dos agradecimentos.

Esper, Vidal, Pallaza, Sanchez e Bauer não privaram  ninguém do abraço, da pose para o flash e de um carinho quase que napolitano.

Todos massagearam o ego dos garcenses, parabenizando a Sala Miguel Mônico. Mais uma vez ela encantou os artistas que, encantaram o público.

 

 

Foi mágico. Foi lindo

Os convites para a apresentação dos “Três Tenores e um piano” se esgotaram. O público lotou as dependências da Sala Miguel Mônico e na sexta-feira o comentário era único. A beleza do espetáculo. A magia da ópera.

Os que não puderam ir lamentaram a perda e os que foram, se perguntavam quando teria um replay. A apresentação, totalmente gratuita, fez parte da programação do Circuito Cultural Paulista, um dos mais importantes programas de difusão cultural e de formação de plateias mantidos no Estado de São Paulo. São mais de 100 municípios envolvidos, valorizando a cultura local e incentivando o público a conhecer novos lugares do Estado. Comprometido em levar cultura a todos os paulistas, com o objetivo de ampliar o acesso de toda a sociedade a eventos artísticos de qualidade, o Governo do Estado de São Paulo mantém o programa durante o ano em diferentes cidades, que recebem atrações musicais, dança, teatro e programação especial para o público infantil.

No último dia 24 de maio a musicalidade da ópera subiu nos palcos da Sala Miguel Mônico em Garça com a Cia Ópera São Paulo. A interpretação de trechos de óperas famosas e ainda algumas das mais populares canções napolitanas conquistou os presentes.

O trio formado pelos tenores Richard Bauer, Fernando Palazza e Felipe Vidal teve o acompanhamento de Fernando Sanchez no piano e narração de Paulo Esper que também dirige o espetáculo.

Mulheres elegantes e jovens de bermuda saíram da Sala Miguel Mônico sabendo que a música pode proporcionar belas viagens. E todos gostaram de conhecer a Itália de Puccini, de Verni. Todos puderam, em 2018, passear pelos idos de 1800 e conhecer histórias como a de Turandot e Calaf.

 

Fotos do Evento


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