Lucas Dias
07/12/2018
Garça 

Tiro de Guerra encerra atividades 2018: Chefe da Instrução fala sobre trabalho realizado

No último dia 1, o Tiro de Guerra 02-014 de Garça encerrou suas atividades com um Jantar de Formatura com os atiradores e familiares do ano de 2018.

No último dia 1, o Tiro de Guerra 02-014 de Garça encerrou suas atividades com um Jantar de Formatura com os atiradores e familiares do ano de 2018. O evento aconteceu no Garça Tênis Clube e contou, além do atiradores e familiares, de autoridades como: o prefeito João Carlos dos Santos que é o diretor do Tiro de Guerra; a 1ª dama e presidente do Fundo Social de Garça, Cláudia Furlaneto dos Santos; presidente da Associação Comercial e Industrial de Garça (Acig), João Francisco Galhardo; gerente da Acig, Fabio Dias; Tenente Moreira, entre outros.

Durante o seu último discurso à frente dos atiradores incorporados no ano de 2018, o Chefe da Instrução, sargento Robert Trovão, não se esqueceu daqueles que o ajudou e o apoiou para manter as tradições do TG, citou a Prefeitura Municipal, por apoiar sempre que foi solicitada, o Fundo Social, a Secretaria de Obras, Secretaria da Educação, Secretaria de Esportes, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Cozinha Piloto, dentre outras repartições da Administração. Também não deixou de agradecer a ACIG pelo grande apoio no Projeto Atirador Mirim.
Agradeceu ao Buffet Garcia pela excelente decoração e delicioso jantar, ao Dj Serjão e sua esposa, responsáveis pelo som, ao cerimonialista Mauro Lacerda.
Ao falar de sua família Robert Trovão não escondeu a emoção e todo o amor que sente por ela. Falou sobre a filha Lara Trovão, sempre compreensiva nos momentos de sua ausência, e a esposa Lidiana Trovão, pela parceria, pelos ensinamentos, pelos conselhos, pelo companheirismo e pelo exemplo de profissional e mãe.

“Lembro-me como se fosse hoje. Vocês adentrando do Portão do TG, no dia 1º de março, olhares perdidos, alguns com cara de choro, cheio de dúvidas outros com medo porque simplesmente não sabiam o que viria pela frente, normal pra quem até então só sonhava, agora era a mais pura e dura realidade. Sou atirador! Muitas mudanças, em curto espaço de tempo, acordar cedo, cumprir horário, traquejar a farda, engraxar o coturno, fazer a barba, chamar de senhor, creio eu que foi o mais difícil. Pelo costume da região, de chamar os mais velhos de “VOCÊ””, disse o Chefe da Instrução ao se dirigir aos atiradores.

Segundo ele, os atiradores chegaram cheios de vícios e costumes paisanos que na caserna, não se permitem acontecer, tendo como a parte mais chata, alguém pra cobrar.

“Isso foi a morte pra vocês, mas em um mês, já vimos a diferença. Tivemos uma postura diferente na formação dos senhores. Me preocupei mais em trabalhar o lado social, mudando totalmente a rotina do TG. Abrimos o nosso TG para a comunidade, demos oportunidades para que os pais se fizessem mais presentes e cientes daquilo que estava sendo passado aos seus filhos, essa foi a principal diferença na formação dos atiradores esse ano. A clareza e a transparência em tudo”, falou Trovão.
De acordo com o sargento, gradativamente o grupo foi se envolvendo em campanhas de coleta de agasalhos, coleta de alimentos, palestras motivacionais nas escolas, palestras nas faculdades, apoio em atividades cívicas e escolares promovidas pela Prefeitura e por outras entidades públicas. Houve a inovação da implantação do projeto atirador mirim que, segundo Robert Trovão, só veio pra engrandecer e melhorar a formação dos atirados.

Isso porque, segundo ele, a partir desse momento, os atiradores viram que os problemas por eles enfrentados, são mínimos, perto dos que as crianças passam.

“Lembro que foi um divisor de águas: o pré e o pós Projeto Atirador Mirim. E o que eu previ, aconteceu! Diferentemente dos outros anos, abrimos o nosso TG para a realização de cursos. Sim, em parceria com a Prefeitura, trouxemos cursos de qualificação para os atiradores e para a comunidade garcense, cujas instalações a serem usadas foram as do TG.
Porque sempre acredito que o nosso TG tem que ser visto como ponto de apoio para a nossa educação. Um local que possa ser visto e usado para preparar nossos jovens para o mercado de trabalho. Já não cabe mais só formar atirador, mas sim, cidadãos de bem”, continuou o sargento em seus discurso.

Trovão afirmou ter dado mais responsabilidade a todos lhes instigando a pensarem mais, a se sentirem mais úteis. Isso por não admitir que um homem de 18 anos, seja peça manipulada pelos pais, tentando proteger-lhes, achando que fazendo as coisas por eles, estão fazendo o bem.

 

 

“Alguns se acharam aqui dentro do TG. Outros se redescobriram”


Durante seu discurso o Chefe da Instrução lembrou o crescimento pessoal dos atiradores e a adesão às responsabilidades passadas.

“Como sempre falei a vocês, à medida que o tempo passava, mais eu aumentava as suas responsabilidades, mais eu exigia. Porque eu tinha certeza de que vocês seriam capazes de tudo, desde que fossem estimulados e acreditados. Alguns se acharam aqui dentro do TG. Outros se redescobriram. Teve alguns que descobriram qualidades que jamais pensaram q possuíam. Habilidades que estavam presas, por falta de oportunidade pra colocarem em prática. Só fiz o que todo líder faz: confiei e fiz com que vocês acreditassem em si próprio”, continuou ele.
Afirmando que todos sabiam que teriam um ano difícil, Trovão lembrou a promessa de que recolocaria o nome do TG, no lugar de onde nunca deveria ter saído: no topo. E a única forma que poderia fazer isso era através de trabalho, de acordo com ele.

“Tinha que quebrar essa desconfiança. Um título que eu ouvi e ter que ficar calado: TG é perca de tempo. Mas o pior estava por vim, foi ouvir de uma mãe que ela não queria que seu filho ficasse conosco porque tinha muita coisa errada no TG. Ouvi e me fiz prometer que iria mudar esse rótulo, no mais curto espaço de tempo. Era questão de honra!”, frisou, colocando que, como comandante não podia admitir que o TG em Garça e o seu comando fossem taxados de incompetentes pelo desleixo dos outros.
Os desencontros e as falas foram os responsáveis por sua busca incansável pela perfeição.

“Sei que jamais irei alcançá-la, mas irei ao seu encontro sempre. Por isso chamei a responsabilidade pra mim, pra mudarmos isso tudo. Por isso a nossa metodologia de ensino e de trabalho ser diferenciada, ousada, inovadora. Porque eu não admitia ter 50 atiradores nas mãos, e não saber usá-los pra fazer o bem. Sem teorias, sem mesmices. Tendo a oportunidade de fazer tudo diferente. Logo, logo vimos o resultado disso tudo. A postura diferente. O semblante diferenciado. O olhar altivo. O saber se expressar. O saber ouvir. Mostrar que são também formadores de opiniões.
Tivemos perdas. Natural. Estamos formado 39, mas não foi por falta de tentativa de fazer com esses camaradas entrassem na linha. Vocês bem sabem disso!”, continuou.

Reconhecendo que houve falhas, ele disse que as mesmas serrão corrigidas a contento, e que muitas foram as vitórias.

“Fomos certeiros na maioria dos nossos tiros. Na medida do possível tentei ser presente. Sempre deixei meu Posto de Comando à disposição dos senhores. E dos pais também. Ganhei a confiança ao mostrar que a melhor forma de se educar um filho, sempre foi e ainda será pelo bom exemplo.
O crescimento de vocês foi notório. É olhar pra vocês e sentir isso. Sabem da minha preocupação em colocar vocês pra estudarem. Sei que a grande maioria precisa trabalhar, mas sempre conciliando com o estudo. Hoje só se destaca no mercado de trabalho, quem tiver o algo a mais. E o algo a mais é o que difere o bom do mal profissional. Jamais se esqueçam disso. Levem em seus corações as lembranças boas. Carreguem em suas almas, os valores que nunca mais sairão dos seus caráteres. Valores esses que só o militarismo cultua: o respeito a nossa bandeira e o orgulho de ser brasileiro.
Passem segurança aos seus pais. Demonstrem sempre que são dignos se serem tratados como homem. Conquistem isso, não exijam. Respeitem seus pais, vocês sabem o quanto eu prezo por isso. Amadureçam com seus erros. Não só envelheçam. Sejam persistentes em tudo que forem fazer. Façam sempre o seu melhor. Agridam a vida. Não permitam que lhes agridam”, continuou

Trovão explicou que ao falar em agredir, não é ser violento, mas sim firme, seguro. Não ser mais um coitadinho.

“Ter sangue nos olhos, como dizemos na nossa eterna e amada Infantaria. E se caírem, levantem-se. Se machucar, uma hora para de doer. E continuem na luta. Sempre avante. E contem sempre com esse velho infante. Nos piores momentos da vida de vocês, eu estarei sempre aos seus lados. Basta me procurarem. Vocês sempre terão um lugar bem especial em meu coração. Todos vocês. Podem ter essa certeza. O Sentinela do Planalto sempre será a casa de vocês. Sejam muito felizes em suas escolhas”, finalizou o primeiro sargento Robert Trovão Costa, Chefe da Instrução do TG 02-014 (Com informações e fotos: Facebook)


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