Lucas Dias
14/02/2019
Garça 

Vereador questiona resultado financeiro de recurso próprio no ano passado em Garça

De acordo com edil, déficit de recursos próprios chega a 10 milhões de reais

Retomando a discussão sobre resultado financeiro em Garça, o vereador Antônio Franco dos Santos Bacana (PSB) apresentou requerimento direcionado ao prefeito João Carlos dos Santos, querendo informações sobre o resultado financeiro de recurso próprio no ano de 2018 e qual foi o saldo a pagar de fornecedores.                         

“Temos que ficar atento as contas do município, as contas da Prefeitura para que possamos ter um análise e saber como está sendo feita a gestão dos recursos do município. No ano passado, já havia uma previsão de déficit de recurso próprio. Parece que tinha um valor e o prefeito rebateu e disse que não que era outro”, disse Bacana.

De acordo com o vereador, ao contrário do que disse a Administração – de que passaria com superávit com recurso próprio para esse ano – a informação recebida é de que o déficit chega a 10 milhões de reais.

“Tive na prefeitura esses dias porque recebi um balanço e fui verificar. Acho muito, mas para o prefeito que está fazendo a gestão do município deve ser pouco né. Estava lá um déficit de 10 milhões de reais”, falou ele.

Segundo Bacana o déficit foi confirmado pelo procurador de despesas, que também falou sobre um provável corte de despesas na ordem de 30%, em cada secretaria para no final do ano poder acertar.

No que diz respeito aos fornecedores, Bacana comentou que a Prefeitura

está com atraso nos pagamentos há muito tempo.

“Quando você deve, as pessoas deixam de fornecer. Isso é ruim para a Prefeitura, é ruim para a própria gestão porque vai chegar uma hora que se não pagar, não terá mais venda e não terá mais o serviço”, falou ele.

Ao exemplificar os casos de corte no município o edil citou a problemática que envolveu a cessão de ônibus para o transporte escolar.

“Acho que a gestão tem que fazer escolha, e no meu ponto de vista, uma gestão seria cortar algumas coisas, mas não prioridades. Como que você corta Educação dentro das prioridades do município. Educação tem que investir e não cortar. Países desenvolvidos que se sobressaem, tem investimentos na Educação”, salientou ele.

 

Estação Ciência X orçamento global


De acordo com o vereador Bacana, o orçamento global só fechou porque o dinheiro da Estação Ciência, deixado pelo ex-prefeito José Alcides Faneco, estava depositado na conta.

“Se o gestor passado tivesse iniciado a Estação Ciência, a Prefeitura estaria num problema hoje. O superávit global está fechando com o recurso que não foi aplicado na Estação Ciência, mas porem está sendo aplicado em repasse para as entidades em forma de custeio. Que os vereadores fiquem atentos porquê o pato pode sobrar para os próximos mandatos”, falou o vereador.

Ao ocupar a tribuna Paulo André Faneco (PPS) falou que fez requerimento no mesmo sentido que com direcionamento diferente do proposto por Bacana, e o parabenizou pelo documento.

“Estou perguntando para o Controlador Geral do Município, para que informe o resultado financeiro de recursos próprios no acumulado de 2018.  Fiz isso porquê só consegui obter as informações verdadeiras, reais, quando comecei a questionar a controladoria geral. Havia muito tangenciamento de informações quando eu questionava a secretaria de Finanças do município”, falou Paulo André.

O vereador colocou que a Controladoria Geral, embora seja um cargo nomeado pelo prefeito, tem responsabilidades externas junto a órgãos como o Tribunal de Contas.

“Ele obrigado a informar o Tribunal de Contas sobre aquilo que acontece, tem responsabilidades sobre isso. Então é importante seguir essa questão das finanças. Não existe milagre, e o tempo todo tem que fazer escolhas”, disse Paulo André também citando a questão no corte de transportes para estudantes.

Segundo o vereador, atualmente há muitos atrasos nos fornecedores e o prefeito havia comentado que fecharia o ano de 2018 com déficit de recurso próprio na ordem de dois milhões e meio de reais.

“Isso dito em outubro do ano passado e depois fecha com 10 milhões de déficit é um valor muito alto”, falou o edil lembrando a questão dos empréstimos que vem sendo autorizados e que podem, de acordo com ele, complicar futuramente o caixa da prefeitura.

 


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