Fábio Dias
27/03/2020
Garça ACIG 

ACIG: reunião com prefeito busca reabrir comércio em Garça

A preocupação é evidente, visto que todo o contexto parece, neste primeiro momento, apontar para um ‘beco sem saída’.

A preocupação é evidente, visto que todo o contexto parece, neste primeiro momento, apontar para um ‘beco sem saída’. Desde o último dia 21, o comércio de Garça, atendendo um decreto do prefeito João Carlos dos Santos, baixou suas portas. A ação faz parte das medidas de enfrentamento à pandemia provocada pelo Covid 19 e contou com o apoio da Associação Comercial e Industrial de Garça – ACIG. 

O presidente da Acig, João Francisco Galhardo, mostrou apoio as medidas preventivas e, posteriormente, encaminhou ao chefe do executivo garcense um ofício com medidas de proteção ao comerciante e empresário garcense. Nesta quinta-feira, 26, depois de reunião com membros da diretoria e posteriormente com o prefeito João Carlos dos Santos, foi aventado a abertura de alguns estabelecimentos comerciais na cidade. O prefeito sinalizou que vai autorizar, nos próximos dias, a abertura de empresas que têm estoques perecíveis e que atuam com produtos sazonais.

“Ontem pela manhã a diretoria da Acig recebeu alguns associados, ex diretores para poder analisar como estava o comércio. Diante do assunto levantado foi   marcada uma reunião com o prefeito, que aconteceu no final da tarde de ontem”, disse o gerente da Acig, Fábio Dias.

Segundo ele, foi pedido para o prefeito a abertura do comércio, de uma forma que os empresários consigam sobreviver, uma vez que todos mostram uma preocupação e a associação não se exime desse sentimento.

“Com algumas ressalvas que tivemos no início da implantação do decreto, o comerciante garcense baixou as portas, mas ao mesmo tempo em que a portas foram baixadas, levantaram-se as preocupações. Solicitamos ao prefeito algumas medidas que preservam a economia do município de forma que o empreendedor não seja liquidado, mas, ainda assim, a cada dia, se tornam mais necessárias, em todo esse processo, medidas a curto prazo”, falou o presidente.

Salientando a importância das medidas cautelares adotadas pela Administração, Galhardo diz que também é impossível não ouvir os questionamentos dos comerciantes. Uma loja com portas fechadas significa além de um cuidado com a pandemia. É a falta de provimentos para várias famílias, desde a do proprietário, como as dos colaboradores.

Galhardo coloca que sem vendas, sem circulação da moeda, o cenário vai se tornando insustentável.   

“O prefeito se solidarizou com tudo que foi apresentado no encontro de ontem. Ele entende a necessidade e está preocupado em como vai ficar a cidade depois disso. A economia será muito afetada, mas como chefe do executivo ele precisa analisar, para que decisões acertadas sejam tomadas”, falou Dias.

Conforme colocado, o prefeito vai analisar o cenário da pandemia, documentos oficiais, a parte técnica, o tamanho dos riscos que qualquer decisão acarrete e os resquícios para a cidade. Tudo, segundo Dias, será devidamente estudado, avaliado, mas o encontro trouxe o avanço de alguns passos.

 

Abertura de empresas com produtos perecíveis e produtos sazonais 


Conforme colocado pelo gerente da Acig, durante o encontro, a diretoria ouviu do prefeito, que até segunda-feira ele publicará decreto para a abertura de empresas que trabalham com estoques perecíveis. 

“O prefeito entende que muitos têm estoque, têm a dificuldade de estar fechado, mas no momento em que a abertura for liberada, seus produtos estarão a disposição. No entanto outros amargam dupla perda. A dificuldade de ficar fechado e depois, quando abrir, não ter o produto, ter que jogar o material fora.  Além dele ter perdido todo o dinheiro ainda vai ter que jogar o estoque dele fora”, falou o gerente.

Esses empresários serão autorizados a voltar a trabalhar para distribuírem o estoque e girar a economia.

No segundo grupo que terão a permissão, Galhardo explicou que estão as pessoas que trabalham com produtos sazonais, como por exemplo, aqueles que, por conta da Páscoa, comercializam ovos de chocolate ou produtos do gênero.

“Muitos empreendedores estão nessa categoria. Muitas lojas vendem, por conta da Páscoa, vendem ovos de Páscoa, por exemplo, como é que faz para vender isso depois de passar o período? Por isso serão autorizados a voltar a trabalhar”, frisou Galhardo.

O decreto com a permissão para a abertura desses casos em especial, deve ser publicado até a próxima segunda-feira. 

“Não queremos ocupar a posição do contra, mas não podemos fechar os olhos para a situação dos comerciantes. Nesse caso não há errados, só precisamos encontrar um ponto que atenda todas as necessidades”, frisou Galhardo.

Por isso a ACIG entende que além das medidas de combate ao coronavírus e das sugestões feitas ao chefe do executivo, é preciso que outras ações sejam realizadas.

Conforme colocado pelo vice-presidente, Mauro José de Sá é evidente a queda nas vendas.

“Muitos dos nossos empreendedores estão buscando alternativas, estão se reinventando. Temos até as sorveterias fazendo delivery. As redes sociais, palco de fake news, vêm se tornando aliadas na divulgação. Defendemos o slogan de que na crise é que se cria, mas também não podemos ficar somente nessa perspectiva. Por isso muitas discussões estão acontecendo”, disse Mauro.

Uma das preocupações é que o decreto do prefeito prevê o fechamento até o dia 7 de abril, com a possibilidade do prazo ser prorrogado. Um período fundamental para o comércio já que a data coincide com o pagamento de contas, recebimento de salários da maioria dos trabalhadores. O primeiro sábado, que no próximo mês será dia 4 de abril, sempre registra um movimento que é fundamental para a ‘sobrevivência’ do comerciante. 

“Infelizmente as medidas adotadas contra o Covid-19, que restringem a circulação de consumidores em todo o país, afetam o varejo brasileiro e pode trazer graves consequências. Sabemos que não é um panorama exclusivo de Garça. O mundo lamenta essa pandemia e precisamos definir passos, embora tudo pareça, num primeiro momento, sem saída”, frisou Galhardo.

O presidente lembrou que a suspensão das atividades aconteceu num momento em que, normalmente as vendas são menores. O maior impacto acontece a partir de agora, com o pagamento dos aposentados e pensionistas e o início do próximo mês. 

João Galhardo salientou que as medidas restritivas, como o fechamento de lojas e a redução na circulação de pessoas, têm causado um impacto nas vendas do comércio varejista, mas muitas ações dependem de posicionamentos das autoridades nacionais.

“Estamos acompanhando todos os pronunciamentos, os posicionamentos, os decretos. Em meio ao mar de notícias, muitas são mentirosas e têm por objetivo desestabilizar a economia. A ACIG está atenta e tem meios para confirmar qualquer tipo de informação neste sentido e ajudar o comerciante a tomar a decisão mais próxima do ideal”, disse Galhardo.


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