
Fiesp discute câncer de mama: prevenção, diagnóstico precoce e acolhimento
Com incidência da doença crescendo em mulheres jovens, evento sobre Outubro Rosa reúne especialistas para conscientização e debate na Fiesp
“Outubro Rosa: corpo, mente e papel das Organizações na saúde da mulher” foi o tema da reunião conjunta do Conselho Superior Feminino (Confem) e do Comitê do Complexo Produtivo e Econômico e Biotecnologia (ComSaude) da Fiesp, no último dia 21 de outubro.
Os especialistas convidados foram unânimes em afirmar que prevenção, diagnóstico precoce e acolhimento são essenciais porque a incidência do câncer de mama tem crescido em mulheres mais jovens no mundo todo.
De acordo com Victor Wünsch Filho, presidente da Fundação Oncocentro de São Paulo (FOSP), a taxa de incidência padronizada para câncer de mama em 2022 no mundo foi de 46,8 por cem mil mulheres, sendo o que mais mata entre todos os tipos de câncer nas mulheres.
Para cada ano do triênio 2023-2025, o risco estimado para câncer de mama no Brasil foi de 66,5 casos novos a cada cem mil mulheres e a taxa de mortalidade em 2022 foi de 12,3 por cem mil mulheres.
As taxas ajustadas de incidência (2023) e de mortalidade (2022) para o estado de São Paulo são, respectivamente, de 56,4 e 13,2 por cem mil mulheres.
No estado de São Paulo, a cada quatro mulheres diagnosticadas com câncer de mama, três sobrevivem. Os dados constam do Boletim Epidemiológico da FOSP, divulgado neste mês.
“Diante disso, outubro é mais que uma campanha, é uma oportunidade para educar e apoiar ações que podem salvar vidas”, afirmou Wünsch Filho.
Segundo ele, prevenção é a palavra-chave para enfrentar o câncer de mama. “Ela é de longo prazo e de baixo custo. E o tratamento precoce é muito mais barato e eficaz”, disse.
Marta Lívia Suplicy, presidente do Confem, exaltou a parceria com o ComSaude no Outubro Rosa. “Mulheres sem saúde não empreendem, não trabalham e não levantam bandeiras”, afirmou.
Marta Lívia defende que a pauta não seja debatida apenas no mês de outubro, mas sim nos 365 dias do ano. “Visibilidade e consciência são fundamentais”, acrescentou.
Claudia Cohn, diretora do ComSaude, defendeu o compartilhamento de dados da doença com transparência nas ações para a melhoria da saúde. “Tenho convicção de que essas informações precisam ser conhecidas e compartilhadas, estimulando a todos no ciclo de melhoria da saúde como um todo”, sublinhou.
De acordo com Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia, quando a mulher é diagnosticada com câncer de mama, ela passa por mudanças, desafios e dúvidas. Uma das dúvidas é: volto ou não ao trabalho?
Segundo ela, o diagnóstico de câncer transforma a vida da paciente, afetando sua saúde, rotina e emprego. O tratamento pode levar a ausências e dificuldades de continuidade e reintegração ao trabalho, com desafios físicos e emocionais, além de estigma e preconceito.
“Hoje nós estamos diante de um novo câncer. Isso significa que a doença é prevenível, tratável e controlável. E que pode ser descoberta precocemente e curada, portanto, trabalhar é preciso, faz a mulher se sentir útil”, ressaltou Holtz.
Karina Stefanin, supervisora técnica educacional do Sesi-SP deu um depoimento sobre o retorno ao trabalho. Em 2011, ela estava grávida, durante o banho sentiu um caroço na mama. A médica pediu para ela seguir com a gestação com tranquilidade porque após o parto seria investigado. Em janeiro de 2012 a bebê nasceu, mas sobreviveu apenas 30 horas.
Karina voltou ao trabalho, alguns meses depois consultou um mastologista que pediu uma biópsia e foi constatado que ela estava com câncer de mama.
“Meu mundo caiu, fiquei sem chão, mas o Sesi-SP me deu todo apoio, meu gestor falou pra eu me cuidar porque meu emprego estava garantido. Isso me deu uma confiança porque eu sabia que teria para onde voltar após minha cura”, concluiu Karina.
Inovação na prevenção do câncer de mama no ambiente corporativo, estilo de vida saudável e saúde mental também foram discutidos no encontro.
Ações e atividades gratuitas
Na calçada da Fiesp, o ComSaude promoveu tutoriais de automaquiagem para pacientes oncológicas e não oncológicas em parceria com o Instituto ABIHPEC, Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. Elas ganharam um kit de maquiagem.
As participantes também receberam do Instituto do Câncer do estado de São Paulo (ICESP), orientações sobre o câncer de mama, com o auxílio da mamamiga – simulador da glândula mamária feminina para o exame clínico e autoexame das mamas.
Durante a ação, foram distribuídos algodão doce em formato de coração e laços rosa para quem passasse em frente ao prédio da Fiesp. (Por Fiesp – Fotos: Ayrton Vignola/Fiesp)
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