Fábio Dias
21/03/2024
Garça 

Nelore brasileira de R$ 21 milhões entra para o livro dos recordes, ela tem em seu pedigree linhagem do Ludy de Garça

Viatina-19 FIV teve 33% de sua propriedade arrematada pela Nelore HRO em leilão de 2023

O Guinness World Records reconheceu a vaca Viatina-19 FIV Mara Móveis como fêmea bovina mais valiosa do mundo. O animal é propriedade da Casa Branca Agropastoril, Agropecuária Napemo e Nelore HRO. Ela está avaliada em R$ 21 milhões.

O animal tem em seu pedigree seis linhagens da raça Nelore: Karvadi, Ludy de Garça, 1646 da MN, Rambo da MN, Fajardo e Iguaçu. A linhagem materna da matriarca Ryatna 12 da Sabiá (bisavó) é uma das melhores matrizes de raça do mundo.

Diretora da Casa Grande, Fabiana Marque Borrelli comemorou a conquista e disse que o animal simboliza o padrão de qualidade superior que buscamos.

 “Sua valorização e o reconhecimento no Guiness Book são provas incontestáveis de que o investimento em excelência genética proporciona retorno – seja em produtos diferenciados, em retorno financeiro e em imagem”, disse.

Com este marco e o reconhecimento mundial, Viatina-19 não apenas eleva o prestígio da pecuária brasileira, mas também solidifica seu lugar como um ícone da genética Casa Branca de classe mundial


Por que vale tanto?

A tecnologia envolvida para o desenvolvimento do animal explica o seu alto valor. A transferência de embriões em bovinos tem sido uma importante ferramenta para o melhoramento genético. É por isso também que vem ganhando cada vez mais relevância e espaço no mercado mundial. Basicamente, a técnica consiste na multiplicação do material genético de fêmeas de alto valor, de forma rápida do que o convencional. Além disso, ela facilita o transporte e comercialização de material genético por meio de embriões congelados.

A técnica possibilita a coleta e a transferência de embriões de fêmeas doadoras (animal com maior valor genético) para as receptoras (chamadas de barrigas de aluguel). Dessa forma, uma fêmea que naturalmente produziria apenas um bezerro ao ano, tem a possibilidade de aumentar sua produção em mais de 10 produtos anuais, sem a necessidade de gestação e parto.

Outra tecnologia bastante usada é a fertilização in vitro (FIV). Com a transferência de embrião, uma boa vaca consegue produzir em média até os 15 anos de idade. Usando a técnica de FIV, ela produzirá pelo menos, em média, até os 20. Nas duas técnicas, os filhos não se desenvolvem na barriga da matriz de alta qualidade, que é muito cara. Os embriões são transferidos para as chamadas receptoras, ou “mães de aluguel”, que os parem sem transmitir nenhuma característica genética aos bezerros.

A transferência de embriões, fertilização in vitro, juntamente com as demais biotecnologias são as grandes responsáveis pela aceleração o melhoramento genético em bovinos, o caminho da seleção e do melhoramento genético pode ser encurtado em pelo menos três gerações ou cerca de 10 anos de seleção, permitindo rápidos saltos na produção e na qualidade do gado. Transformando uma única fêmea em mãe de centenas de filhos sem precisar necessariamente parir. É por isso que uma matriz pode valer milhões de reais.


Ludy de Garça


“A Viatina 19, fêmea jovem, tem em seu pedigree os seis grandes genearcas da raça Nelore: Karvadi, Ludy da Garça, 1646 da MN, Rambo da MN, Fajardo e Iguaçu. Linhagem materna da matriarca Ryatna 12 da Sabiá (bisavó), uma das melhores matrizes da raça de todos os tempos”
O touro Ludy de Garça, um dos maiores reprodutores da raça nelore do país, morreu em abril de 1997, aos 16 anos de idade, em Uberaba, no Triângulo Mineiro (MG).
Ludy, que nasceu em Garça,  produziu 220 mil doses de sêmen. Todas foram comercializadas pela Pecplan ABS, empresa de inseminação artificial na qual o touro estava alojado há cerca de 12 anos.
Criadores de nelore calculam que Ludy gerou 150 mil filhos, superando seu pai, Gim de Garça, que produziu mais de 100 mil filhos por meio de inseminação artificial e que morreu em 1996. Ambos os touros são originários da criação do paulista Jaime Miranda.
Ludy deixou pelo menos dez filhos na central de inseminação.
Segundo Antônio Carlos Lopes, criador de gado de corte em Ourinhos , junto com seus filhos o reprodutor produziu 1 milhão de doses de sêmen.
``Ludy de Garça inaugurou uma nova era na pecuária de corte brasileira'', afirma Lopes.
Segundo o criador, foi ele o touro que passou a transmitir peso e carcaça para seus filhos. ``Antes, a preocupação era mais centrada na beleza do nelore'', afirma.
Lopes, que também julga gado de corte em exposições agropecuárias, diz que Ludy pesava 1.180 kg..

Ludy de Garça é considerado o divisor de águas da Raça nelore.
- Campeão progênie de Pai.
- Colocou em central inúmeros touros e ótimas matriarcas, dentre eles: Panagpur Al da Paul., Bitelo da SS, Zefec Abdala, Taju de Garça, Império WA, Gênio da Arco Verde, Dali TE da Quilombo, Betina Mj do Sabiá, Badalada 3R, entre outros.
- Ótima expressão racial, ossatura forte, carcaça ímpar na raça, comprimento e altura excelentes e um invejável posterior, são algumas das características deste excelente animal.
- Foi recorde de peso de todos os tempos na Expo Nacional de Uberaba 1985, onde pesou 1.129 kg, tido seguramente como uma das melhores opções à disposição do mercado.
- Além de ser recordista em volume de produção de sêmen na raça, tornou-se a partir de 1985 o maior destaque no nelore, o que lhe conferiu a posição de recordista em comercialização de sêmen no país.  (Com informações G1 Goiás, O Globo, Folha de São Paulo, Terra.com.br)


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