Lucas Dias
27/06/2018
Garça 

Canto de Bodas (Letterio Santoro)

Em 08.06.1993, vinte e cinco anos atrás portanto, escrevi uma crônica no meu Diário de nº 25, da qual extraio hoje a primeira parte como introdução ao poema CANTO DE BODAS, comemorativo das bodas de prata da publicação de meu primeiro Poema das Cerejeiras denominado A FLOR DA FELICIDADE:

Em 08.06.1993, vinte e cinco anos atrás portanto, escrevi uma crônica no meu Diário de nº 25, da qual extraio hoje a primeira parte como introdução ao poema CANTO DE BODAS, comemorativo das bodas de prata da publicação de meu primeiro Poema das Cerejeiras denominado A FLOR DA FELICIDADE:

 

"Inspiração e oportunidade - Em homenagem ao sr. Nelson Ichisato, pai das cerejeiras, compus um inspirado e gracioso poema intitulado 'A flor da felicidade'. Coincidiram afinal a concessão do título de Cidadão Garcense ao sr. Nelson, e a festa das cerejeiras que ele ajudou a plantar e cuidar. Brotou mesmo do fundo do coração, porque pela empatia coloquei-me no lugar do velho imigrante que, em terra estranha, se lembrasse das cerejeiras delicadas de seu país natal. E num gesto feliz e paciente, o sr. Nelson fez o que os outros imigrantes japoneses teriam gostado de fazer: ambientar em nossas plagas a flor de sua infância, a flor da felicidade! E suas mãos, e seu coração, e sua perseverança conseguiram o milagre: transformar as margens de nosso Lago Artificial num pedacinho do Japão..."

Em homenagem aos 23 poemas das Cerejeiras dediquei o Poema de 2018, às vésperas da abertura da Festa deste ano, dia 28 de junho, poema a ser distribuído aos visitantes:

 

CANTO DE BODAS

“Cuidei delas que nem pai,

em silêncio e com carinho,

até um dia se abrir, ai !,

uma flor em um raminho.”

(L.S., estrofe de A Flor da Felicidade)

 

Há vinte e cinco anos, CEREJEIRAS,

eu canto a cada ano a vossa graça

de gentis bailarinas a encantar-nos

em torno ao Lago de Garça.

 

Cantei-vos em sonetos, CEREJEIRAS,

cantei-vos em gazal, em redondilhas,

em versos livres vos cantei também,

cantei vossas maravilhas.

 

Honra sempre ao cultor das CEREJEIRAS,

Nelson Koche Ichisato, o imigrante

que acreditou no sonho da florada

aqui como no Japão.

 

E estás presente, ó Pai das CEREJEIRAS,

nos vinte e três poemas, pai e filhas

sempre juntos, cantados para sempre

nos versos deste poeta.

 

Enquanto Garça for, e as CEREJEIRAS

estrelarem no inverno em volta ao Lago,

serás lembrado, ó Nelson, nos poemas

de tantos outros vates.

 

Chorai, porém, chorai, ó CEREJEIRAS,

chorai a ausência da Judite amada,

ao longo desse tempo companheira

nessa distribuição.

 

LETTERIO SANTORO - 08.03.2018

“Poeta das Cerejeiras de Garça” desde 2007

Membro da Associação de Poetas e Escritores de Garça


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