
Câmara de Gália elege novo presidente após destituição de Giseli Rodrigues Simões
Giseli Rodrigues Simões foi destituída e Nilton Cezar Antônio aclamado como novo presidente da Câmara de Gália.
Na última quinta-feira (16), uma sessão extraordinária elegeu Nilton Cezar Antônio (MDB) como novo presidente da Câmara dos Vereadores de Gália.
A mudança vem após a destituição, dias antes, de Giseli Rodrigues Simões (PSDB) como chefe do legislativo local. Ela acabou removida do cargo no último dia 13 de novembro, ocasião em que foi aberta uma Comissão Processante (CP) para investigar uma suposta quebra de decoro da parlamentar.
Giseli e o vice-presidente da Câmara não participaram do encontro legislativo naquele dia.
A sessão conturbada no início da semana foi marcada por acalorados debates entre os vereadores. Giseli desejava ler um despacho durante a reunião parlamentar, porém os vereadores apontavam que tal tarefa deveria ser realizada pelo secretário, em conformidade com o regimento interno, e também contestavam a validade do despacho.
Após diversas tentativas de realizar a leitura do despacho, a vereadora tentou encerrar a sessão e saiu do plenário. José Adão Sanavio, que participava de forma remota, não teve seu áudio ouvido pelos vereadores.
A maioria optou então por dar continuidade à sessão, com a leitura do pedido de abertura da Comissão Processante contra a presidente da Câmara de Gália, sob acusação de quebra de decoro parlamentar. Na sequência, os vereadores votaram e aprovaram a destituição dela.
O Diário Oficial publicou, no dia 16, o resultado do recurso administrativo do diretor jurídico da Casa, João Sardi Jr, com parecer favorável da Comissão de Justiça e Redação para voltar ao cargo após ter sido afastado cautelarmente pela presidente, sob alegação de estar dificultando a execução dos serviços legislativos.
Mas a briga política em Gália não acabou. A atitude dos vereadores foi considerada arbitrária pela defesa de Gisele, que recorrerá à Justiça.
O parecer da Comissão de Justiça e Redação no recurso de Jr Sardi concluiu que Gisele “não tem legitimidade para sozinha suspender cautelarmente o servidor (…) e, tampouco, determinar a instauração de processo administrativo de natureza disciplinar” contra ele. E reconheceu que o diretor jurídico presta serviços essenciais de “controlador interno da câmara (…), para a fiscalização dos atos de gestão da presidente que o afastou”.
Além de ser destituída da presidência da câmara, Gisele agora deve enfrentar também um pedido de cassação de mandato, aprovado igualmente na sessão tumultuada de segunda-feira. Os membros da Comissão Processante (CP) incumbida de investigar o caso e apresentar relatório pela cassação ou não já foi sorteada. Porém, a defesa de Gisele promete reverter essa situação antes de qualquer medida.
Advogados vão à Justiça contra ‘violações e arbitrariedades’ cometidas pela Câmara de Gália
Os advogados Carlos Eduardo Marcondes de Moura e João Ricardo Santana Gomes aguardam os últimos documentos para ingressar com Mandado de Segurança contra alegadas “violações e descumprimento do processo legal” por sete dos nove vereadores que, no dia 13 de novembro destituíram Gisele Simões da presidência da Câmara Municipal de Gália, e ignoraram que o vice João Sanavio é quem deveria assumir. Agindo “arbitrariamente”, eles nomearam outro presidente e adotaram a mesma conduta na sessão que recebeu a denúncia contra Gisele, substituindo o vice pela vereadora mais votada para presidir os trabalhos e instalar Comissão Processante (CP) com pretensão de cassar o mandato de Gisele.
“Os vereadores agiram orquestradamente, primeiro com a renúncia do primeiro e do segundo secretários, deixando a Mesa Diretora órfã; depois destituíram a presidente alegando que ela havia encerrado a sessão legislativa prematuramente, violando o direito à palavra”, disseram os advogados em entrevista ao HORAH.
Como o vice está participando remotamente das sessões por causa de um acidente automobilístico, perguntaram se ele se opunha à nomeação de outro presidente em seu lugar e, “mesmo com a imagem dele negando essa intenção”, nomearam a vereadora mais votada para presidir os trabalhos, acumulando também a presidência da CP.
Enfim, a presidência está agora sob exercício do vereador Francisco Yoshida Jr, que assinou o Projeto de Resolução destituindo Gisele da presidência da Casa e restituindo no cargo de diretor jurídico o advogado João Sardi Jr, que anteriormente havia sido suspenso das atividades pela presidente, acusado de estar obstruindo os trabalhos legislativos. A partir daí a briga política se acirrou na câmara. “Resumidamente, entendemos que todos os fatos ocorridos estão carregados de forte carga política e partidária com o objetivo único de neutralizar a presidente para futuras pretensões eleitorais, seja à reeleição ou para outras funções, antecipando o jogo político”, disseram Carlos Eduardo e João Ricardo.
Todos esses fatos foram também relatados por Gisele à Promotoria de Justiça de Gália em documento com data da quinta-feira (16). Ela diz que pretende “a apuração de eventuais delitos cíveis e criminais” cometidos pelos vereadores da cidade, observa que o afastamento de Jr Sardi foi “ratificado nos autos de Mandado de Segurança” em que pedido de liminar contrária à decisão dela foi negada pela Justiça e, por fim, fala em “manobra articulada” dos vereadores para afastá-la da presidência da câmara.
Outro documento importante é do vice-presidente João Sanavio, igualmente do dia 16. Trata-se de Ordem de Serviços ao diretor legislativo Carlos Cardoso, convocando reunião extraordinária dos vereadores para realizarem eleição dos cargos vagos da Mesa Diretora, como determina o Regimento Interno. Porém, o documento foi simplesmente ignorado, apesar do alerta de Sanavio de que isso poderia “ocasionar sanções administrativas e criminais aos responsáveis”. (Com informações Marília Notícia e HORAH . Foto redes sociais - Nilton Cezar Antônio )
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