Fábio Dias
27/03/2024
Garça 

Estudantes da Agrícola desenvolvem repelente natural contra mosquito da dengue

Foram utilizados óleos essenciais obtidos de plantas coletadas dentro da área verde da escola. 


Em tempos de epidemia de dengue, um grupo de alunos do curso de química da Escola Técnica Deputado Paulo Ornellas Carvalho de Barros (Escola Agrícola) apresenta uma solução prática e barata para controlar o avanço da contaminação. Os estudantes desenvolveram um repelente natural à base de seis diferentes óleos essenciais, extraídos de plantas coletadas no próprio espaço da unidade escolar. O baixo custo dos ingredientes, aliado ao fato de não conter nenhum tipo de produto químico em sua formulação, são os grandes diferenciais do repelente, apresentado em forma de spray para aplicação tanto na pele quanto no ambiente. O projeto foi conduzido no Laboratório de Química da instituição, sob os cuidados do professor Nivaldo Pereira de Macedo, coordenador do curso. 

“Os casos de dengue estão aumentando rapidamente, principalmente na nossa região, e diante da necessidade urgente de uso de meios para proteção contra as picadas do mosquito transmissor, os alunos foram orientados a pesquisar, analisar e finalizar um produto de baixo custo e eficaz contra o mosquito Aedes, transmissor da doença”, esclareceu Nivaldo. 

Cláudia Cristina Ribeiro, Cláudia Roberta Vasconcelos de Carvalho, Jéssica Dias Santos Nunes de Souza, Guilherme Roberto Moia dos Santos e Vinícius Tavares Mota são os responsáveis pelo projeto, tema do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) que será apresentado na conclusão do curso no final deste ano. 

“Utilizamos ingredientes de fácil disponibilidade e baixo custo, obtidos de vegetais que coletamos dentro da área verde da escola. No laboratório, retiramos os óleos essenciais presentes nas plantas através de um processo conhecido como arraste, que utiliza basicamente o vapor da água aquecida para a extração da matéria-prima. Este método é especialmente utilizado na indústria de aromaterapia, perfumaria, cosméticos naturais e na produção de óleos essenciais para uso terapêutico”, explicaram os alunos. 

O processo utilizado permite a obtenção de óleos essenciais de alta qualidade, livres de resíduos químicos e solventes, tornando-os ideais para uso em aromaterapia e produtos naturais. Assim, colocando em prática o que aprenderam durante o curso, os estudantes obtiveram a matéria-prima necessária para a produção do repelente, cuja formação básica é composta por óleos essenciais retirados de seis plantas cítricas, dentre elas a citronela, cujo óleo é amplamente utilizado em aromaterapia e na produção de produtos repelentes de insetos devido ao seu aroma característico e propriedades repelentes naturais. Água e álcool completam a composição do produto com forte poder repelente de insetos, entre eles o Aedes Aegypti, responsável pela disseminação de doenças como dengue, Zika e Chikungunya. A formulação, fruto de quatro meses de pesquisas, tem no baixo custo seu principal diferencial. Segundo os alunos, para produzir 80 mililitros gasta-se apenas R$ 3 reais. Quando aplicado, o efeito é de quatro horas. 

“A facilidade de encontrar ingredientes torna o repelente acessível. E o fato de ser natural reduz o risco de reações alérgicas, deixa o produto com ótima aceitabilidade e grande apelo ecológico”, salienta o professor. 

De acordo com Nivaldo, a ideia é que o produto desenvolvido pelos alunos ganhe uma escala de dimensão industrial e possa realmente ser comercializado a preço acessível, beneficiando a sociedade. No entanto, isso é algo que foge um pouco da expertise da instituição de ensino. A solução seria buscar empresas interessadas em adicionar o produto ao seu portfólio, adquirindo a patente ou firmando uma parceria com seus desenvolvedores. (Fonte: Garça em Foco)


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