Fábio Dias
30/01/2024
Garça Variedades ACIG 

Associação garcense alerta sobre aumento de golpes no Sistema de Valores a Receber

A cada dia o brasileiro se depara com novas formas de golpes e a sensação de impotência aumenta na mesma proporção. Os alertas de cuidado são frequentes, mas nem sempre evitam os golpes. Para a Associação Comercial e Industrial de Garça-ACIG os golpes, além dos prejuízos pessoais, dos riscos e dos traumas, também afetam a economia da cidade.
“Os marginais estão sempre se atualizando e, a cada dia tem um novo golpe na praça, ou golpes antigos, conhecidos de todos, mas que ainda fazem vítimas. Agora, com a promessa de reaver um dinheiro esquecido há vários anos, mais um golpe está circulando e trazendo prejuízo para a população”, disse o presidente da ACIG, Fábio Raniel, mencionando um alerta do Banco Central (BC) sobre o aumento de tentativas de golpe no Sistema de Valores a Receber (SVR) desde o fim do ano passado.
Raniel comentou que criminosos simulam consultas em falsos sites e aplicativos fora do ambiente da autoridade monetária. A falsa consulta resulta em valores altos, entre R$ 1 mil e R$ 3 mil, a receber.
Em seguida, os fraudadores orientam o usuário a clicar em um link falso e a pagar entre R$ 45 e R$ 90 para liberarem o suposto valor esquecido.
“Após o pagamento, os criminosos nunca mais entram em contato, e a vítima perde o dinheiro. Podem até dizer que uma transferência de menos de R$ 100 não é muito, mas para o trabalhador, para o empreendedor é um prejuízo grande. Por isso pedimos, mais uma vez, que se atentem as mensagens, não avancem em endereços eletrônicos suspeitos e vale a velha premissa de que não existe dinheiro fácil, nem sorte demais”, salientou o dirigente.
Segundo o Banco Central o volume de denúncias nos canais de atendimento do BC -Sistema Fale Conosco e telefone 145 – aumentou consideravelmente nas últimas semanas, com um pico entre a última semana de dezembro e a segunda semana de janeiro.
“Às vezes, os golpes são mais ou menos frequentes, dependendo da época, mas temos percebido um crescimento de fraudes desde o fim do ano passado no Sistema de Valores a Receber”,  divulgou o  BC.
Raniel comentou ainda que o envio de falsos e-mails ainda existe, mas os criminosos também usam falsas mensagens de WhatsApp com supostas consultas “facilitadas” de valores a receber.
Nos últimos meses, no entanto, o BC tem registrado o uso de vídeos feitos com inteligência artificial com falsos depoimentos de celebridades ou de autoridades públicas. Os vídeos recomendam links ou aplicativos não ligados ao Banco Central com consultas fraudadas.
“Tem um velho ditado que diz que “quando a esmola é demais, o santo deve desconfiar’. O Banco Central informou que os sistemas de segurança da autoridade monetária e dos bancos não são violados. No entanto os criminosos direcionam as pessoas para sites ou ambientes falsos, a maioria do Leste Europeu. A pessoa cai no golpe, transfere e perde o dinheiro”, disse Raniel.
Segundo o BC, quase todos os casos de fraude utilizam técnicas de engenharia social em que a própria vítima fornece dados aos criminosos.
 “Quantas vezes deixamos documentos à mostra ou entregamos cartões bancários sem ver o que o atendente faz com ele? Nós somos os primeiros guardiões das nossas informações. Se elas caem em mãos erradas, é só questão de tempo para levar golpe”, ressalta Fábio Raniel.


Valores a receber
No caso dos valores a receber a consulta é feita exclusivamente na página do Banco Central na internet, e o sistema tem duas camadas de segurança. Caso a consulta digitando o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) constate a existência de recursos esquecidos no sistema financeiro, as demais informações, como valor, origem e instituição em que o dinheiro está, só podem ser acessadas com conta nível prata ou ouro no Portal Gov.br.

Orientações
Embora nem sempre seja possível reaver o dinheiro, o Banco Central orienta o consumidor a procurar o banco ou a operadora do cartão de crédito para denunciar o golpe e pedir o estorno do valor. Isso se a transferência não tiver sido feita por Pix, em que as transações são instantâneas, e a recuperação do dinheiro, praticamente impossível.
No caso de aplicativos falsos, o BC também recomenda o registro de uma reclamação contra a empresa desenvolvedora da ferramenta no Procon local. Caso o golpe tenha se concretizado, a autoridade monetária orienta a vítima a ir a uma delegacia.
“Em algumas situações, orientamos a pessoa a registrar boletim de ocorrência. A polícia precisa da informação para pegar os fraudadores”, coloca o Banco.
Conforme as estatísticas mais recentes do BC, os brasileiros ainda não tinham sacado R$ 7,51 bilhões do Sistema de Valores a Receber até o fim de novembro.
“O golpista age em cima do alto valor não retirado. Ele não sabe se a pessoa tem dinheiro, mas vende uma informação falsa. Diante da possibilidade de receber um dinheiro que não espera, o correntista paga a terceiros. Por isso fazemos o alerta, não só visando comerciantes e empresários, mas também toda população garcense”, disse Raniel.


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